Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
7 de Maio de 2024
    Adicione tópicos

    Alimentação vegetariana tem ligação com diversas religiões

    “A soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa”. Quando se pensa em Pitágoras não tem como não lembrar das aulas de geometria e de seu famoso teorema. Mas o gênio matemático tinha outra faceta bastante inte-ressante. Além de ser conhecido por sua habilidade com os números, os historiadores também reconhecem Pitágoras, nascido por volta de 580 a.C., como o “pai da alimentação vegetariana”.

    Por quase 2500 anos, europeus e americanos chamavam aqueles que seguiam o vegetarianismo de pitagóricos (ou pitagóricos). O termo vegetariano não era usado generalizadamente até a fundação da Sociedade Vegetariana Britânica, em 1847.

    O argumento de Pitágoras em favor da dieta sem carne tinha três “pontas” (como um triângulo): veneração religiosa, saúde física e responsabilidade ecológica. E essas razões continuam a ser citadas hoje pelas pessoas que levam a vida sem carne.

    Os motivos que levam uma pessoa a adotar uma dieta vegetariana são diversos. Entre eles estão: saúde, meio ambiente, compaixão pelos animais e religião.

    Estudos científicos constantemente provam os benefícios que uma dieta vegetariana proporciona, que vão desde melhor desempenho nos esportes à reversão de doenças do coração; controle de peso: uma dieta isenta de produtos animais é pobre em gordura, o que reduz o conteúdo calórico da refeição. Além disto, outros fatores, como o conteúdo de fibras da dieta, também contribuem para a redução e manutenção do peso ideal. Para obter a mesma quantidade de calorias, a pessoa precisa ingerir uma quantidade maior de alimentos, o que possibilita mais saciedade com menos calorias.

    Redução do risco de doenças do coração: além de ser mais pobre em gordura, uma dieta sem produtos animais (carnes, ovos, leite e derivados) é totalmente isenta de colesterol. A abundância de fibras da dieta ainda ajuda o organismo a eliminar o colesterol excessivo.

    Diminuição do risco de desenvolver câncer: os alimentos de origem vegetal são muito ricos em vitaminas e minerais que são de fundamental importância para uma boa saúde. A baixa quantidade de gordura e a abundância de fibras presentes nestes alimentos também contribuem para a redução do risco de desenvolver várias formas de câncer.

    Há também outros benefícios, como a melhora da disposição e energia. Possibilita a descoberta de novos alimentos, reduz o risco ou ameniza os efeitos de doenças degene-rativas, como osteoporose, obesidade e hipertensão. Reduz os sintomas ou elimina alergias e artrites, evita sofrimento de animais, reduz as agressões ao meio ambiente.

    Religião

    Segundo uma pesquisa minuciosa feita pelo site Sitio Veg, a alimentação vegetariana é frequentemente ligada à religião e a força dessa relação parece se vincular diretamente a idade da religião. Por exemplo, o Islamismo, uma religião relativamente jovem – 1.300 anos, não tem cultura vegetariana forte. Maomé pregava a gentileza com os animais e uma vez salvou insetos do sofrimento, fazendo seus homens apagarem um fogo de cima de um formigueiro. Mas a maioria dos muçulmanos de hoje não consideram o vegetarianismo uma necessidade religiosa.

    Os budistas, por outro lado, seguindo o exemplo de não violência de Gautama e a prática de não ferir outras criaturas viventes, têm praticado vegetarianismo por 2500 anos. Hinduísmo possui princípios vegetarianos que datam de 5000 anos nas escrituras Védicas, que defendem a abstinência de carne pregada aos adeptos.

    Judeus citam o primeiro capítulo do Gênesis como uma prescrição da dieta original: “E Deus disse, Eu vos dei cada semente de erva, que estão por toda a terra, cada árvore, nas quais estão os frutos de semente; para vocês elas servirão de comer” (Gênesis 1:29).

    O Cristianismo primitivo, com suas raízes na tradição judaica, viram o vegetaria-nismo de maneira similar – um jejum modificado para purificar o corpo. Tertuliano (155-255 DC), Clemente de Alexandria (150-215 DC) e João Crisóstomo (347-407 DC) ensinaram que evitar a carne era uma maneira de aumentar a disciplina e a força de vontade necessária para resistir as tentações. Isso tornou as restrições dietéticas, como o vegetarianismo, muito comuns no comportamento cristão da época. E essa crença foi passada adiante ao longo dos anos de uma forma ou de outra – por exemplo, a proibição de carne (exceto peixe) da Igreja Católica Romana nas sextas durante a Quaresma.

    As ligações de religiões com o vegetarianismo se tornaram popular na Inglaterra do século quinze, a qual é provavelmente a época do nascimento do vegetarianismo moderno.

    Thomas Tryon (1634-1703), um filosofo autodidata e aluno do místico protestante Jakob Boehmen, declarou em 1657: “a voz da sabedoria (...) me conclamou ao isolamento e auto-negacão. (...) Eu me dispus a somente água para beber e abandonei todo o tipo de carne ou peixe, confinando-me a uma vida de abstemia e de negação do ego”. Seu livro, O Caminho da Saúde, publicado em 1691, advogava uma dieta vegetariana e era amplamente lido pelos pensadores da época. Ele até mesmo influenciou o jovem Benjamin Franklin (1706-1790) a se tornar um “tryonista” por algum tempo.

    A mensagem de Tryon também influenciou o Dr. George Cheyne (1671-1743), um famoso médico de Londres. Anos de indulgência o deixaram com aproximadamente 250 quilos; assim ele decidiu seguir a dieta vegetariana descrita por Tryon. O sucesso de Cheyne o levou a publicar, em 1724, o Ensaio sobre Saúde e Vida Longeva, recomendando uma dieta sem carne.

    O fundador da Igreja Metodista, John Wesley, foi paciente de Cheyne e convertido ao vegetarianismo. Cheyne contava com outros luminares, Pope, Swift e Hume como amigos, e resultou em vários pensadores e escritores da Inglaterra que começaram a elogiar, quando não praticavam, a dieta vegetariana. O ensaio de Cheyne espalhou a controvérsia entre os afiliados da Sociedade Real de Londres, onde era debatido acaloradamente.

    Aparentemente, a argumentação de Cheyne convenceu o Dr. Antonio Cocchi, de Florença. Sua primeira visita à Sociedade, como convidado de seu presidente, Sir Isaac Newton, ocorreu durante uma dessas discussões. Alguns anos depois, em agosto de 1745, seguindo seu retorno a Florença, Cocchi deu uma palestra sobre as virtudes da dieta “pitagórica”, produzindo um reavivamento do vegetarianismo italiano. Sua palestra, sem duvida, ecoou os sentimentos de seu conterrâneo Leonardo da Vinci (1452-1519), que por vários anos antes decla-rou: “Eu tenho desde criança abandonado o uso da carne e um dia os homens verão o assassinato dos animais da mesma forma como veem hoje o assassinato dos humanos.”

    O livro de Cheyne continuou popular e ainda estava sendo impresso 46 anos depois de sua publicação inaugural. Dentre aqueles influenciados pelas suas recomendações estava o Dr. William Lambe (1765-1847), que disse que “o uso da carne dos animais é um desvio das leis de sua natureza, e é uma causa universal de doenças e mortes prematuras”.

    • Sobre o autorO Maior Portal de Notícias sobre Animais do Mundo
    • Publicações34133
    • Seguidores576
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações2170
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/alimentacao-vegetariana-tem-ligacao-com-diversas-religioes/100415575

    Informações relacionadas

    Conheça os 9 países mais veganos do mundo

    Cirurgião cardíaco de 101 anos revela: o veganismo é a receita da longevidade

    Julio Martins, Advogado
    Artigoshá 3 anos

    Como legalizar minha Organização Religiosa (Igreja)?

    Cresce o consumo de carne de bovina na Índia

    Quem come animais é mais propenso a tolerar desigualdade social, diz estudo

    1 Comentário

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

    Parabéns pelo artigo. Informações que incentivam tanto quem quer começar bem como aqueles que já são, mas não estão muito convictos. Eu estou vegetariano no momento, fico períodos sem comer carne, um ano geralmente e depois retorno por igual período, desta vez pretendo manter o hábito saudável de não comer carne por tempo indeterminado. Tenho me sentido muito bem, tanto física quanto espiritualmente, mais aliviado e mais próximo do influxo universal. continuar lendo