Aloysio Nunes critica construção de usinas eólicas sem redes de transmissão

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) criticou, nesta segunda-feira (12), a existência de várias usinas eólicas no Nordeste brasileiro que estão prontas para funcionar, mas não contam com linhas de transmissão. Aloysio lembrou que, em julho de 2012, 28 parques eólicos se encontravam nessa situação e destacou que essas usinas funcionam como “elefantes brancos”, já que implicam altos custos e não geram nenhum benefício.

- Geração de energia elétrica sem transmissão não tem o menor sentido, porque energia elétrica é produzida para ser distribuída, e a condição da distribuição é exatamente a transmissão. Infelizmente, esse tem sido o caso das usinas eólicas construídas a partir de 2010 e que começaram a ser entregues no ano passado – disse.

Aloysio explicou que, como entregaram os parques eólicos no prazo, as empresas responsáveis pela construção das usinas recebem do governo federal o que está previsto nos contratos, mesmo sem gerar energia. E quem acaba pagando o custo da energia contratada, como observou, é o contribuinte brasileiro.

- É um absurdo completo. Usinas prontas, prontas para gerar energia. Tem um custo e esse custo está sendo pago pelo consumidor brasileiro, mas como a energia não está sendo gerada, é puro desperdício, é puro prejuízo – observou.

O senador salientou que, além de pagar por essa energia não produzida, o consumidor brasileiro é forçado também a pagar pelo custo de funcionamento das termoelétricas, que estão em uso para compensar a energia eólica que não está sendo distribuída por falta de conexão ao sistema.

- Essa energia termoelétrica custa dez vezes mais que a energia eólica. Nós estamos pagando pela energia eólica contratada, e não distribuída, R$ 120,00 MWh, nós estamos pagando para as termoelétricas, que estão gerando para suprir a falta dessa energia, dez vezes mais caro, R$ 1.100,00 MW/h – protestou.

Aloysio Nunes alertou que o valor pago a mais pelo consumidor do sistema elétrico interligado já acumulou, entre junho de 2012 e julho de 2013, mais de R$ 2 bilhões e, somente na primeira semana de agosto de 2013, mais de R$ 37 milhões já foram pagos.

- Nós não podemos descuidar dessa questão, que é absolutamente vital para a vida do nosso país e que exige, pela sua complexidade e pela sua importância, um planejamento cuidadoso, administração eficiente e que não tolera a inépcia e muito menos a inércia – ponderou.