Alvaro Dias diz que impeachment de Dilma foi 'demanda das ruas'

Ao fazer suas perguntas à presidente afastada Dilma Rousseff, o senador Alvaro Dias (PV-PR) denunciou a “ficção do golpe”, salientando que o impeachment foi um “ponto emblemático” das demandas do povo nas ruas. Em sua avaliação, as manifestações populares constituíram um movimento que dispensou os partidos políticos para cobrar o fim da “usina de corrupção”:

- [As pessoas] organizaram-se espontaneamente pelas redes sociais e inundaram as ruas deste país para escrever o seu manifesto de protesto contra a corrupção e a incompetência - afirmou.

Para Alvaro Dias, que salientou o “fracasso” da gestão Dilma, o impeachment é decorrência do “golpe” do governo contra a Constituição e das afrontas ao Poder Legislativo.

Dilma Rousseff, em sua resposta, afirmou que o impeachment foi orquestrado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Ela sublinhou que não aceitou as “chantagens” de Cunha, que teria orientado a acusação a apresentar aditivos ao processo de impeachment de modo a torná-lo admissível pela Câmara. Porém, Dilma ressaltou seu respeito às manifestações populares:

- Preferia a voz rouca das ruas ao silêncio das ditaduras. E eu me comportei como tal: em nenhum momento houve qualquer tentativa, da minha parte, de impedir qualquer manifestação em qualquer espaço público disse.

Dilma acrescentou que a definição do atual processo de impeachment como “golpe” é respaldada por especialistas em Ciência Política. Para ela, o conceito de golpe engloba diferentes iniciativas, e o impeachment constitui golpe parlamentar enquanto não se provar o crime de responsabilidade.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)