Analistas avaliam casos de inadimplentes e apontam saídas para as dívidas
Em tempos de inadimplência recorde no Brasil, é preciso ficar atento: a mistura de juros altos e desorganização financeira resulta em uma fórmula que quase sempre acaba em endividamento excessivo e contas atrasadas a pagar.
A pedido do G1, três especialistas em finanças pessoais analisaram a situação de três pessoas que enfrentam problemas com dívidas e fizeram diagnósticos que podem ajudar a identificar se você anda ou não adotando um comportamento de risco para a sua saúde financeira.
CASO 1 - HUMBERTO PIO GUIMARÃES, 36 ANOS, ARQUITETO
Como se endividou - Há dois anos, Humberto tinha um emprego na Prefeitura de São Paulo quando, sem solicitar, ganhou do banco pelo qual recebia o salário dois cartões de crédito com limites de R$ 8 mil cada um �"que foram utilizados integralmente.
Além de manter o hábito de gastar mais do que ganhava, circunstâncias externas surgiram para complicar ainda mais sua vida financeira: na mesma época, ele enfrentou a perda do emprego e uma separação.
Passou, assim, a ter que pagar sozinho e sem salário fixo as despesas de seu apartamento, que antes eram divididas por dois.
Para manter o padrão de vida mesmo em tempos de dinheiro escasso, ele recorreu aos empréstimos: só com um banco, a soma chega atualmente a R$ 27.240: um crédito consignado, um outro oferecido pelo banco (com taxas mais altas) e um adiantamento do 13º salário. Além disso, deve cerca de R$ 16 mil em dois cartões de crédito (sem contar os juros desses cartões).
Tem ainda, com outro banco, um empréstimo consignado no valor de R$ 15 mil. Há cerca de um ano, ele percebeu que saíam de sua conta mensalmente cerca de R$ 4.500 só em juros, parcelas, e pagamento mínimos dos cartões.
Resultado: desistiu e parou de pagar as contas. Continua quitando apenas as parcelas mensais de R$ 550 do empréstimo consignado que contratou com o segundo banco. “Pensei: ou eu vivo, ou eu pago os juros”.
A montanha de débitos não para de crescer. “O adiantamento do 13º era de R$ 2 mil, hoje já está em R$ 12 mil, sendo que eu paguei várias parcelas”, diz.
O arquiteto pretende pagar tudo quando conseguir reservar um dinheiro para negociar, ou quando receber proposta com taxas de juros realmente baixas.
"Por enquanto, as propostas são todas indecentes. Os descontos (para quitar a dívida) vão aumentando pouco e os juros, muito".
OPINIÃO DO ESPECIALISTA 1 Quem analisa: Fábio Gallo, professor de finanças da FGV |
Diagnóstico: A es... |
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