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16 de Junho de 2024
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    Antigo Testamento mostra a vida e luta da primeira juíza da história

    A história do povo hebreu revela que no ano de 1.900 antes de Cristo uma mulher estava além do seu tempo. Ela foi a primeira juíza de Israel, e, certamente, a pioneira em todo o mundo. Débora também era profetisa, poetisa e líder popular em um tempo da história em que a mulher vivia em situação de inferioridade em relação ao homem.

    Pesquisa realizada pela advogada e professora Consuelo Medauar, no 6º Livro do Antigo Testamento – Livro dos Juízes, mostra a narrativa da história de Débora, que passa, segundo ela, despercebida, ou propositalmente omitida, pelos comentaristas da “História da Salvação”. “Débora é, sem dúvida, um dos personagens mais interessantes do Antigo Testamento. A ela é reservado um destacado papel na vida do seu povo. Foi uma líder multitalentosa”, afirmou.

    O espaço da história retrata o retorno do povo hebreu de volta à Canaã, liderado por Moisés. Este, no entanto, morreu antes de chegar à Terra Prometida, percurso que foi completado por Josué, o último dos patriarcas. Quando retornaram, toda a parte plana e fértil tinha sido invadida por tribos nômades, dando início a um processo de lutas contra os invasores.

    Para organizar o povo hebreu, ainda sem a presença de um Rei e já sem um patriarca, tem início o período em que o comando era exercido por um juiz, encarregado de resolver os litígios pessoais e as funções administrativas. O patriarcado desapareceu. O período dos Juízes abrange mais de 300 anos de história. Ao todo, foram 14 juízes, e a escolha se dava através de eleição entre os membros das tribos hebraicas.

    De acordo com Consuelo Medauar, no profetismo feminino, apenas sete nomes estão listados entre o Antigo e o Novo Testamento. O maior destaque é dado a Débora. Além de profetisa, tornou-se juíza de Israel. Ela possuía uma vida exemplar, que lhe dava relevante conceito e popularidade entre os seus compatriotas. “O povo buscava sua sabedoria nas sentenças e nos juízos que proferia”, citou. O texto bíblico diz que, ao assumir a função, ela adotou um modus atuandi diferente de seus antecessores masculinos. Seu escritório era um lugar público determinado “a sombra da Palmeira de Débora”, na brisa da montanha e no bucolismo da vegetação, onde os filhos de Israel iam para obter Justiça, levar suas queixas e receber as decisões.

    Guerra

    Na época, o Rei Jabin liderava todas as tribos invasoras na região de Canaã, e hostilizava e ameaçava os hebreus, amedrontando o povo de Israel com o seu poderoso exército. A guerra era iminente. Apesar das notícias do poderio do exército inimigo, Débora, avaliando as circunstâncias, tomou a decisão de aceitar a guerra. O comandante do seu exército, Barac, estava relutante, em função da enorme diferença do poderio bélico. Ele queria recuar, mas Débora insistia e vai junto com Barac na expedição para tomar o Monte Tabor, onde estavam as terras férteis.

    Diz o texto bíblico que Débora exerceu um modo feminino de agir, com coragem e confiança. Mostrou o tamanho da sua fé no Deus de Israel. Eles seguiram para o Monte Tabor. Sísara, o comandante das tribos invasoras, ordenou que seu exército, com 900 carros de ferro, ficasse ao pé do monte, às margens do Rio Quison. “Aí deveria acontecer a batalha que não houve”, destaca Consuelo. Uma forte chuva caiu e às águas do Rio transbordaram. No terreno encharcado, os carros atolaram, os soldados inimigos não conseguiram caminhar no lamaçal e o vento violento atrapalhou os arqueiros. Foi a única vitória, durante o período dos Juízes, no qual os hebreus reconquistaram o território. Era a participação divina. E do alto do Tabor, Débora viu a vitória do “Povo de Deus” e passou a ser chamada de “Mãe de Israel”.

    Ascom/AMAB

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