Após 20 anos, ex-vice-governador de MG é condenado por mensalão tucano
O ex-senador Clésio Andrade (MDB), vice-governador de Minas Gerais durante a gestão de Eduardo Azeredo (PSDB), foi condenado a 5 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão por participar de esquema de desvios de R$ 3,5 milhões em estatais mineiras em 1998. Segundo a juíza Lucimeire Rocha, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, ele praticou lavagem de dinheiro por meio de empresas do operador Marcos Valério — mais tarde conhecido pela Ação Penal 470, o processo do mensalão.
O processo sobre o caso mineiro foi desmembrado e tramitou por vários anos em instâncias distintas, porque Clésio tinha foro por prerrogativa de função durante o mandato parlamentar. Ele deverá cumprir pena em regime semiaberto. Outros réus já haviam sido condenados, como Eduardo Azeredo, em 2015.
A denúncia aponta que, em 1998, as estatais Bemge, Comig e Copasa apoiaram eventos esportivos por determinação da Secretaria de Comunicação do estado. O dinheiro circulou por meio de “complexas operações financeiras”, de acordo com a sentença, até chegar ao caixa da campanha eleitoral de Azeredo e Clésio, que tentavam a reeleição mas acabaram derrotados.
Ainda assim, a juíza diz que o acusado violou “as regras da igualdade tão necessárias nos pleitos eleitorais para que, de fato, o resultado reflita o interesse popular”. Nos autos, Clésio negou participação em crimes e disse que só havia participado da campanha no início, em duas reuniões. Ele disse que deixou de se envolver ao constatar “as dificuldades financeiras e os rumos tomados”.
Conforme a sentença, porém, há provas de que ele participou de forma efetiva. “Os peritos apontaram que as manobras realizadas tinham o objetivo de embaralhar os recursos lícitos com recursos ilícitos visando escamotear a destinaçã...
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