Após denúncia de poluição, Comissão de Direito Ambiental da OAB visita fábrica da Cipatex
Após denúncia dos moradores dos bairros de Manguinhos e Imaculada do município de Bayeux, a Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), realizou uma visita técnica, in loco, no início do mês de março, na fábrica da Cipatex, que produz laminados de PU (poliuretano) para forros e cabedais de calçados. Os moradores acusam a empresa de poluir o rio e afirmam “receber inalações de fluídos com fortes odores”.
A comissão foi composta por Welison Araújo Silveira (presidente), Gutemberg Cabral (membro) e acompanhado pelo senhor Edmilson Pereira, representante da União das Associações de Moradores de Bayeux (UBYS). Segundo o presidente Welison Silveira, a comissão foi muito bem recebida pelo Gerente Geral da Cipatex, Wilder Grando; e pelo seu contabilista, Erivaldo Brandão.
Inicialmente, Wilder Grando explicou o funcionamento da fábrica e esclareceu que o produto final da empresa é fabricar laminados sintéticos que são usados em diversos produtos, desde calçados, bolsas, cinturões, etc. A Cipatex, segundo o gerente, é uma empresa totalmente nacional, e escolheu a Paraíba e Bayeux pela sua hospitalidade e melhor mão de obra. Quanto a questão do impacto ambiental, ele explicou “que a empresa usa filtro para o seu evaporador e não emite partículas ou substâncias no ar, sendo praticamente é zero a poluição”.
Sobre a reclamação dos moradores, o senhor Wilder informou que os fortes odores ocorrem apenas 10 vezes por mês, durante no máximo 15 minutos, e garante que não prejudica a saúde humana. “As vezes, eles, vizinhos, têm outros problemas de saúde e culpam a fábrica por essa situação, de forma injusta”, comentou o gerente.
A comissão também foi convidada a visitar as instalações da fábrica, tanto no seu espaço interior, como exterior. “Observamos que as instalações são bem organizadas e o espaço é bem limpo. O gerente, senhor Wilder, esclareceu que a fábrica não para, funciona nos três turnos, ininterruptamente. Mostrou-nos a rede pluvial e disse que em nenhuma hipótese conduz águas sujas ou qualquer tipo de dejetos na tubulação que leva até o rio”, comentou Welison.
O presidente da Comissão também externou que aparentemente não há registro de poluição com emissão de gases externos, pois as instalações da fábrica e seus equipamentos são modernos e adequados a um impacto ambiental local. No entanto, afirmou ser necessário escutar a população e promover conjuntamente, com a empresa, OAB e a comunidade, um seminário para melhor discutir a situação.
O advogado Gutemberg Cabral, membro da Comissão, considera preocupante a emissão de partículas no ar pela Cipatex, que mesmo garantido pela direção da empresa que não prejudica a saúde humana, provoca desconforto e afeta a qualidade de vida dos moradores do Manguinhos e parte da Imaculada.
“E é preciso que possamos analisar por meio de um técnico em química se esses fortes odores exalados e transmitidos pelos fluidos emanados da fábrica e aspirados pelas pessoas, principalmente pelas crianças e idosos, com o tempo, poderá ou não provocar danos a saúde da população”, finalizou.
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