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17 de Junho de 2024
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    Aprenda a juntar animais e bebês na mesma casa

    Foto: Divulgação/ Sábado

    Parece óbvio, mas não é. Uma criança de 2 anos vê um cão a mostrar os dentes e a rosnar e pensa que o animal lhe está a sorrir. “Não consegue perceber que o cão está irritado, da mesma forma que o animal não sabe interpretar o comportamento do miúdo”, explica Sara Fragoso, bióloga do Centro para o Conhecimento Animal, em Lisboa, em Portugal. Para evitar situações de risco – sem querer, as crianças podem desencadear comportamentos perigosos – e promover um ambiente tranquilo entre crianças e cães ou gatos, é importante preparar a adaptação. A especialista explica já a seguir como.

    Antes de o bebé nascer
    Comece antes do parto, explica Sara Fragoso. Porquê? Para antecipar as mudanças de rotina que uma criança provoca. Isabel Miguel estava estava grávida de 3 meses quando começou a preparar a gata, Lua, para a chegada de Duarte. “Proibi-a de dormir comigo. Fechei a porta do quarto para que se habituasse a ficar sozinha”, conta, revelando que durante vários meses o animal tentou demovê-la – arranhava a porta e miava. Isabel não se comoveu e Lua desistiu. Durante a gravidez, diz a bióloga, os pais podem ainda recorrer a gravações com choro de bebé – é possível comprar CDs com sons deste tipo – e simular várias vezes os gestos de embalar uma criança.

    Também podem espalhar pela casa objectos (carrinho, brinquedos), e dar a conhecer novos cheiros (os cremes do bebé), tudo para que o cão ou o gato se habitue ao novo membro da família. “Assim ajudamo-los a terem uma perspectiva positiva sobre esses objectos. E quando se aproximam deles devemos compensá-los com uma festa ou um biscoito”, diz Sara Fragoso.

    O primeiro dia em casa
    Quando a mãe regressa do hospital, não deve levar o bebé ao colo, aconselha a especialista. “Os cães ou gatos estão excitados porque não a vêem há vários dias, querem saltar e podem magoar a criança. O ideal é que o recém-nascido entre em casa depois dos cumprimentos ao animal.” Ainda assim, é importante haver uma aproximação nesse dia. Diana Couto, 35 anos, preocupou-se desde cedo com a adaptação entre Ramone, um rafeiro de 3 anos, e a filha. “Quando vim da maternidade, pousei o ovinho da Amália e ele aproximou-se.” Não foi o primeiro contacto. “Estávamos no hospital e o meu marido levou algumas peças de roupa para que o Ramone as cheirasse.” Neste período, deve evitar visitas numerosas, que geram instabilidade entre crianças e animais.

    Quando o bebé já gatinha
    Nesta fase não permita que o seu filho olhe directamente para o cão ou gato, aconselha Sara Fragoso. “O animal entende isso como uma ameaça, o que pode desencadear um ataque.” E acrescenta: “Muitas vezes os animais ficam confusos. Não conseguem perceber quem é aquele ser, que vocaliza e se desloca de forma diferente.” Diana Couto lembra-se bem dos primeiros dias em que Amália começou a gatinhar. “O Ramone punha as orelhas no ar, tentava aproximar-se, mas depois dava saltos para trás. Rosnava e fugia, desconfiado.” E brinca: “Acho que estava baralhado. Ela andava de gatas, mas não era um animal.” Outra dica: se isso acontecer, é um mau momento para ralhar com o animal doméstico – assim ele vai associar a repreensão ao bebé.

    As brincadeiras
    Amália já tem 2 anos e vê em Ramone um amigo. “Puxa-lhe as orelhas, põe os dedos nos olhos do animal e, quando está chateada, bate -lhe. Muitas vezes tenho de lhe ralhar e explicar-lhe que não pode magoar o cão”, conta a mãe. Nestes casos, é fundamental estar atento aos sinais de desconforto dos animais e nunca deixá-los sozinhos, diz a bióloga. “Se a criança lhe puxa o pêlo, se se senta em cima dele e o animal lambe o nariz, boceja e vira o focinho, significa que não está a gostar da brincadeira – tanto nos cães, como nos gatos. Aí os pais devem afastá-los.” E não podem permitir que as crianças mexam na comida, sobretudo no caso dos gatos, que por serem muito territoriais podem atacar. Nas situações mais graves, os veterinários podem prescrever feromonas, químicos que reduzem o stress dos animais, disponíveis em coleiras ou em difusores (€30, em média).

    Doenças e alergias
    Ana Borda d’Água sentiu “um frio na barriga” quando viu a gata, Kitty, deitada no berço onde o filho recém-nascido dormia. “Tirei-a de imediato. Tinha medo que o Afonso sufocasse e que ficasse cheio de pêlo”, diz a designer, que falou com o pediatra sobre os riscos de viverem no mesmo apartamento. “Disse-me que não havia problema, mas alertou-me para cuidados básicos, como lavar as mãos e estar atenta aos momentos em que ambos estão na mesma divisão.” Para o médico Libério Ribeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica, é necessário avaliar o risco de cada criança desenvolver alergias. “Se a mãe tem uma alergia, a criança tem 30% de probabilidade de desenvolver essa doença”, explica. Quando esse risco é reduzido, os estudos dizem que o contacto é benéfico. Uma pesquisa divulgada na Science concluiu que viver com animais previne o aparecimento de alergias e de asma. As crianças ganham defesas, ficam mais resistentes.

    Estranhos em casa
    Se receber amigos com crianças, deixe o animal refugiar-se num local isolado. “Estender a mão para o agarrar (debaixo da cama, por exemplo) é completamente proibido”, explica a veterinária Inês Coelho. Que deixa mais uma dica: se o gato ficar assanhado? Feche-o numa divisão às escuras para se acalmar.

    *Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.

    Fonte: Sábado.

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