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16 de Junho de 2024
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    Armação para cassar Cassol envolve ex-deputado e candidato derrotado ao Senado

    Uma escritura pública declaratória expedida pelo Cartório de Ofício de Notas e Protestos de Títulos de Brasília, traz a tona, os bastidores que antecederam ao processo que agora tramita na Justiça Eleitoral, e que envolve diretamente o senador Expedito Junior e o governador Ivo Cassol, por crime eleitoral. Conforme depoimento de testemunha, o ex-deputado Carlão de Oliveira intermediou a trama que depois encaminhada pelo candidato derrotado ao Senado, empresário Acir Gurgacz.

    A reviravolta do caso envolvendo Ivo Cassol foi tornado público, através de pronunciamento do deputado Tiziu Jidalias, durante sessão plenária da Assembléia Legislativa. Segundo ele, a situação é grave e deixa a todos perplexos, pela forma covarde, como o nome do governador foi arrolado neste processo de compra de votos. Mais uma vez, o parlamentar fez um apelo para que o governador seja julgado tecnicamente e não politicamente.

    Em aparte, o deputado estadual Amauri dos Santos (PMDB) fez críticas a forma como estão acontecendo os julgamentos da Justiça Eleitoral, e as constantes ocorrências de cassação de mandatos. Segundo ele, é preciso que a sociedade fique atenta com estes procedimentos, pois certamente injustiças estão sendo cometidas. “Em todas as regiões do Estado, as pessoas comentam que Cassol é inocente mas será seguramente condenado, para atender interesses externos”, ressaltou.

    O deputado Doutor Alexandre Brito (PTC) também repudiou as manobras arquitetadas para afastar Ivo Cassol do Governo de Rondônia. “Isso é uma vergonha, derrotados prepararem arapucas para tirar o mandato de alguém no tapetão. Acredito na inocência do governador e que ele será inocentado destas acusações”, complementou.

    Retomando seu pronunciamento, declarou o deputado Tiziu Jidalias que a agora com o depoimento prestado em Brasília, fica comprovado de forma inquestionável, que a cassação do governador interessa efetivamente a grupos políticos. Destacou o parlamentar que quem conhece de perto Cassol sabe que jamais ele se envolveria num ato criminoso de compra de votos. “Cassol é o famoso mão de vaca”, ironizou Tiziu Jidalias. Complementou o deputado Luiz Cláudio Pereira Alves (PTN) em aparte que Cassol sempre fez campanha com base em propostas e não usando o artifício de comprar votos.

    A trama contra Cassol

    O depoimento do ex-servidor da Assembléia Legislativa de Rondônia, Rodrigo Batista Balcazar, residente e domiciliado à rua Gonçalves Dias, 1073, bairro da Olaria em Porto Velho, em pleno gozo de suas faculdades intelectuais e mentais, conforme escritura pública declaratória exarada no cartório de Ofício de Notas e Protestos de Títulos de Brasília, provoca uma reviravolta no processo envolvendo o governador e o senador Expedito Junior. O depoimento foi tomado através do tabelião José Carvalho Freitas Sobrinho e do tabelião substituto José Arismaldo da Silva, na data de oito de junho de 2009.

    Em suas declarações, Rodrigo Batista de livre vontade compareceu ao cartório, sem induzimento, coação ou sugestão alguma, prestou os devidos esclarecimentos: “No ano de 2006 trabalhava na Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, exercendo cargo comissionado, por nomeação do presidente daquele Poder Legislativo, deputado José Carlos de Oliveira, também conhecido como Carlão de Oliveira; Que, o declarante trabalhava pela reeleição do parlamentar e, por isso, tinha permanente contato com ele; que, No dia 27 de setembro entraram em contato com Carlão por intermédio da senhora Jarina, presidente do Sindicato dos Servidores daquele Poder, duas pessoas de nome Damião e Jairrison Adriano.

    Que Jairrison relatou para Carlão na presença do declarante, que no dia 26 de setembro fora abordado por funcionária da empresa onde trabalhava, na qual lhe propôs o pagamento de R$ 100,00 (cem reais), para que ele trabalhasse como fiscal ou fizesse boca de urna pela candidatura de Expedito Junior (candidato ao Senado), Valdelise Ferreira (candidata a deputada federal). Que Jairrison acertou a oferta e assinou um documento tipo um contrato, sabendo que entre os dias 28 e 29 de setembro, o dinheiro combinado seria depositado em sua conta salário; Que Carlão comentou que esse fato poderia interessar a Acir Gurgacz, que também era candidato ao Senado e tratou de avisar aquela pessoa, para que ela o procurasse; Que quem procurou Carlão foi o advogado de Acir, doutor Gilberto Piselo, que manifestou interesse no desdobramento destes fatos e que ficaria aguardando o surgimento de novidades a respeito; Que Damião e Jairrison receberam promessa de Carlão de que assim que ele saísse da prisão, eles seriam recompensados, caso Jairrison denunciasse a tal contratação para trabalhar nas eleições como compra de votos; Que Carlão pediu ao declarante que arrumasse mais quatro ou cinco vigilantes da empresa Rocha, que também tivesse recebido R$ 100,00 e se dispusessem a denunciar aquele depósito como dinheiro para a compra de votos”.

    Toda a armação para prejudicar o governador Ivo Cassol, o senador Expedito Junior e sua esposa, conforme testemunho, teve a orientação do advogado da empresa Eucatur e do então presidente da Assembléia Legislativa, Carlão de Oliveira. Diz o declarante em seu testemunho: “Que como para era para denunciar aquela situação, como compra de votos, Edinaldo também faria a denúncia, contando que assistira quando a funcionária da empresa fizera a proposta para o seu colega Edenilton. Que, também decidiram que somente fariam aquela denúncia, desde que recebessem alguma vantagem financeira. Que assim que os cinco vigilantes Jairrison, Joelson, Edinaldo, Edenilton e Diemilson, seguindo as instruções de Carlão, no mesmo dia 29 de setembro, foram até a sede da Eucatur. Que lá, os estavam esperando o advogado Gilberto Piselo, com forme combinado com Carlão. Que, passaram, então a conversar com o advogado, que os instruiu sobre o que deveriam falar em suas manifestações. Que, todos deveriam dizer que aqueles cem reais depositados em suas contas se referem a compra de seus votos em favor de Expedito, Val, José Antônio e frisava o advogado Piselo, que eles que tinham que colocar no meio o nome do governador Ivo Cassol, caso contrário a denúncia não teriam nenhum efeito. Que o advogado insistia e repetia, vocês tem que dizer que isso foi compra de votos e que os compradores foram Expedito, Val, José Antônio e Ivo Cassol. Que fizeram alguns ensaios, sobre o que e como deveriam se manifestar, uma vez que no local, já se encontravam um apresentador de programa de televisão, que pertence a Acir Gurgacz, acompanhado de cinegrafista com equipamentos para gravação. Que Piselo lhes falou que Acir faria um bom acerto financeiro com todos e que ninguém iria se arrepender”.

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