Artigo Inclusão financeira
*Por Brasil Econômico
O Brasil ainda tem muitos desafios a superar na sua trajetória de desenvolvimento e um deles é a inclusão financeira. Neste quesito julgo que um elemento importante que poderá contribuir muito é o correspondente no país, referido instrumento possui dois disciplinamentos normativos que norteiam a sua atuação, a Resolução 3110 de 31 de julho de 2003 e a Circular 2978 de 19 de abril de 2000.
Os correspondentes são verdadeiros promotores de serviços financeiros, funcionando de elo entre as instituições financeiras e o cliente final, ampliando o acesso da população aos serviços bancários. Registre-se que para a população de baixa renda é o meio mais utilizado para a realização de transações financeiras, pois se apresentam os correspondentes em horários mais flexíveis para o atendimento e em geral mais próximo das comunidades, além de apresentar mais conforto aos usuários.
De acordo com a Resolução 3.110 do Banco Central que cuida do assunto, a contratação de correspondentes pode ser realizada por bancos múltiplos, bancos comerciais, Caixa Econômica Federal, bancos de investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário e de associações de poupança e empréstimo, de empresas, integrantes ou não do Sistema Financeiro Nacional e, prestando os diversos serviços financeiros e bancários.
Infelizmente existe assimetria de informações sobre a funcionalidade e o objetivo das atividades que são desenvolvidas pelos correspondentes no país, daí a necessidade de um maior aparelhamento e divulgação do instrumento. Na posição de 1/1/2011, conforme dados do Banco Central do Brasil, o nosso país possuía 158.447 pontos de atendimento de correspondentes no país, para prestação de diversos tipos de serviços.
Apenas quatro bancos respondem por 68%dos correspondentes, revelando a existência de uma concentração nas instituições financeiras
E a lógica da distribuição geográfica dos correspondentes ainda está muito vinculada ao quantitativo de municípios e a força econômica dos Estados, os cinco Estados que mais possuem correspondentes no país são São Paulo com 25% dos correspondentes, Minas Gerais com 10,5%, Rio Grande do Sul com 8,5%, Paraná com 8,4%, Rio de Janeiro com 6,4% e a Bahia com 5,5%. Em São Paulo tem-se 39.720 correspondentes e Roraima com 219 correspondentes é o estado com o menor número de correspondentes. Considerando-se o número de municípios do nosso país, temos uma média de 28,4 correspondentes por município, o que já é uma ajuda importante na inclusão financeira.
Apenas quatro bancos (Caixa Econômica Federal, Bradesco, Aymoré CFI S/A e Banco do Brasil), respondem por 68% dos correspondentes, revelando a existência de uma concentração dos correspondentes por instituições financeiras.
A perspectiva é de que tenhamos avanços na regulamentação e na autorregulação, propiciando que as demais instituições financeiras aumentem o seu quantitativo de correspondentes, especialmente nos municípios em que não ocorre a presença de uma agência bancária tradicional.
*Artigo de Saumíneo da Silva Nascimento, presidente do Banco do Estado de Sergipe (Banese) e doutor em geografia.
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