Assassinato de advogado abala cidade gaúcha
Um assassinato - que a polícia acredita tratar-se de execução - chocou ontem (18) a cidade de Uruguaiana (RS), na fronteira do Brasil com a Argentina.
Depois de matar o advogado Rafael Sartori (OAB-RS nº 49692), 33 de idade, dentro de seu escritório, no centro da cidade fronteiriça, o criminoso fugiu usando o carro de sua própria mãe.
Formado em 1999 no campus da PUC-RS em Uruguaiana, Rafael era noivo de uma enfermeira. Eles estavam com casamento marcado para dezembro.
Para escapar do congestionamento, o criminoso trafegou com o Peugeot pela contramão, atropelou um vigilante (Jair Pinto Rodrigues, 42) sobre a ponte internacional que separa os dois países e se escondeu em Paso de los Libres, no lado argentino.
O crime foi praticado às 11h30 com um tiro de pistola calibre .380 no pescoço e três nas costas. Após efetuar os disparos, o criminoso embarcou em um Peugeot branco, de propriedade de sua mãe. Antes de acessar a Ponte Internacional;
A vítima do atropelamento passa bem. Segundo a Polícia Civil, depois de atropelar o vigia, o criminoso percorreu os dois quilômetros de ponte que separam o Brasil da Argentina e parou o carro no estacionamento que antecede a aduana. A suspeita é de que ele tenha fugido a pé.
O suspeito do crime foi logo identificado e o titular da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Uruguaiana, Jader Duarte, pediu a prisão preventiva dele, ante o cometimento de dois crimes: homicídio e tentativa de homicídio. O pedido de prisão preventiva foi deferido no Foro local, ontem à noite.
O delegado Jader Duarte disse que "se a polícia argentina o achar, em princípio, teremos de aguardar o processo de extradição, esperando contar com a boa vontade da Justiça de lá".
O advogado Rafael Sarzi Ludwig Sartori trabalhava no escritório com outros dois irmãos (Bruno e Fausto). Este estava em outra peça quando ouviu os disparos. Encontrou o irmão caído em sua sala, ainda com vida. A vítima foi levada para a Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, mas morreu a caminho. O sepultamento está marcado para hoje, às 11h.
Os agentes policiais reforçam sua convicção de que se tratou de uma execução, afastando a hipótese de latrocínio porque nada foi roubado do advogado. A única motivação veio do depoimento da mãe do suspeito. Um policial revelou que "a mãe disse que seu filho e o advogado se conheciam desde a infância e foram colegas".
Ela informou que o filho toma antidepressivos e estava muito acima do peso. Segundo o depoimento, o suspeito comentava com a mãe que "se incomodava muito com os comentários que Rafael fazia em referência a seu peso".
Há seis meses, Rafael havia registrado ocorrência policial, por ter sido agredido pelo suspeito, na entrada do Foro de Uruguaiana
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