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17 de Junho de 2024
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    Atos são maior mobilização sem líder da história brasileira, dizem analistas

    Na quinta, 1,25 milhão protestaram nas ruas em mais de 100 cidades. Especialistas ouvidos pelo G1 buscam explicações para manifestações.

    Publicado por G1 - Globo.com
    há 11 anos

    Os protestos que se espalharam por quase todos os estados do Brasil na quinta-feira (20) representaram a mais ampla e numerosa mobilização popular do país sem liderança definida e, de acordo com dois sociólogos, uma historiadora, um filósofo, dois antropólogos, um advogado e um juiz ouvidos pelo G1 , ainda não é possível dizer qual rumo tomarão.

    Com mais de 1,25 milhão de pessoas tomando as ruas de mais de 100 cidades, com 300 mil apenas no Rio de Janeiro, os atos comemoraram a redução da tarifa do transporte coletivo em cidades importantes e reivindicaram outras melhorias para o país, como o combate à corrupção e à repressão policial, investimentos na saúde e na educação e a redução de gastos com os grandes eventos esportivos, Copa e Olimpíada.

    Para os especialistas, ainda é cedo para prever as consequências de longo prazo dos atos de quinta. Mas, segundo eles, um caráter inédito dessa mobilização popular é a insatisfação geral dos brasileiros com as instituições que os representam e com os partidos políticos que as comandam.

    Segundo Márlon Reis, juiz de direito no Maranhão, cofundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, o Brasil mudou nesta semana. "Já tem algo inédito que é a ida às ruas sem a liderança de instituições constituídas. Historicamente, foram os partidos que sempre conseguiram levar pessoas às ruas."

    A antropóloga Yvonne Maggie, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colunista do G1 , afirmou que "o Brasil se transformou em uma espécie de motim. É protesto, mas num estilo sem liderança, numa visão até romântica. As manifestações partem de grupos variados, com várias estratégias".

    As bandeiras e a participação individual, com rejeição a qualquer tipo de liderança, chamaram a atenção de Yvonne. "Era cada cartaz um post, cada post um indivíduo. Mas o que mais me impressionou foi a consciência de que todas as pessoas que estavam lá estão tendo a força do povo revoltado, eles não querem liderança."

    Segundo a historiadora Maria Aparecida de Aquino, da Universidade de São Paulo (USP), em termos de quantidade de pessoas na rua aglomeradas, o movimento maior do Brasil ainda é o das Diretas Já, quando um comício reuniu um milhão de pessoas apenas no Anhangabaú, em São Paulo. Porém, ela afirma que o movimento atual é novo no sentido de como se organiza. "O chamado se faz pela internet e as pessoas aceitam o chamado pela internet e entram no movimento."

    Enquanto governos calculavam prejuízos, manifestantes avaliavam os protestos e familiares enterravam os dois mortos dos atos de quinta, em Ribeirão Preto (SP) e Belém , novos protestos continuavam a eclodir nesta sexta-feira (21). Para Frederico Almeida, coordenador do curso de direito da FGV, pode-se falar em dois movimentos: o primeiro, motivado pelas tarifas, e um segundo momento, em que mais pessoas aderiram motivados por uma insatisfação geral, principalmente após a repressão da polícia. "O que estamos vendo hoje é uma mistura de algum resquício de um movimento pela tarifa, que em algumas cidades ainda não se resolveu, com um movimento de insatisfação geral."

    Para Claudio Couto, sociólogo e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os episódios registrados nas ruas têm deixado analistas e a classe política confusos e perplexos, o que, na avaliação dele, fez com que ...

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