Audiência Pública na Aleam debate possível privatização da CEF

Por iniciativa do deputado Sinésio Campos (PT) foi realizada na manhã desta segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), uma Audiência Pública para debater a possível privatização da Caixa Econômica Federal (CEF), que pode vir a ser incluída pelo Governo Federal no pacote de privatizações previstas.

“A CEF tem um papel importante no desenvolvimento econômico e social do país, sendo difícil encontrar um cidadão que não tenha alguma relação com o banco, seja devido ao PIS, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Poupança ou programas sociais”, destacou o deputado Sinésio Campos. Segundo o parlamentar, atualmente o banco é responsável por 70% de todo financiamento imobiliário no Brasil, além de administrar políticas públicas importantes para a diminuição da desigualdade social, como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), entre outras ações.

“A Caixa é um patrimônio da população”, afirmou Sinésio, questionando as razões para se privatizar a instituição, se a mesma é deficitária ou superavitária. “O Governo Federal precisa explicar pra sociedade porque está querendo entregar o patrimônio do povo brasileiro. A CEF é uma fonte de receita importante, por isso vamos cobrar explicações”, disse.

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (FENAE), Jair Pedro Ferreira, afirmou que é preciso que todos os trabalhadores se posicionem contrários à privatização, mesmo antes de qualquer anúncio oficial por parte do governo, para que possam ser discutidas as consequências antecipadamente. Segundo Jair Pedro, hoje a Caixa possui cerca de 80 mil funcionários e, com a privatização, até 50 mil servidores podem ser demitidos.

Em relação à atuação do banco no Amazonas, o representante da FENAE falou das dificuldades de acesso e desenvolvimento dos municípios do interior do Estado. “As empresas privadas vão aonde tem muito dinheiro. Será que elas irão assumir os compromissos de desenvolvimento da Caixa?”, indagou, informando ainda que, segundo os dados a disposição no Banco Central (BC), 91% dos financiamentos habitacionais do Estado são eitos pela CEF, que também realiza financiamentos em longo prazo, de até 30 anos.

Durante os debates, foi estabelecido que o Fórum Estadual do Setor Elétrico, será ampliado e também irá debater as questões contra a proposta de privatização da Caixa Econômica. O Fórum Estadual já discute o processo de privatização das empresas distribuidoras de energia subsidiárias da Eletrobrás que operam na Região Norte; e do qual faz parte a Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento, presidida por Sinésio Campos.

Também foi proposta uma programação de manifestações e distribuição de panfletos à população com informações sobre as possíveis perdas acarretadas com a privatização do banco.

Participaram da reunião o presidente da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal/AM, Paulo Roberto da Costa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Estabelecimentos Bancários do Amazonas, Ninimberg Barbosa dos Santos; a presidente da Associação dos Aposentados da CEF- AM, Ieda Lucena de Souza, diretora de Controle Interno da Secretaria Municipal de Finanças (Semef), representando o prefeito de Manaus, Arthur Neto, Lucilene Florêncio Viana; e a coordenadora do Movimento Nacional pela Moradia, Neila Gomes.