Audiência reúne partes, operadores do direito e testemunhas em ato 100% digital

Na tarde desta segunda-feira (6), na 2ª Vara Criminal da Capital, por videoconferência, a juíza Joseliza Alessandra Vanzela Turine realizou audiência em um processo envolvendo dois acusados de tráfico de drogas, que foram encontrados com 514 kg de maconha.

A realização de audiência por videoconferência é uma das medidas de prevenção à contaminação do coronavírus, prevista pelo presidente do TJMS, Des. Paschoal Carmello Leandro, ao determinar que servidores e magistrados trabalhem de forma remota, o chamado teletrabalho, até o dia 30 de abril.

Para esta audiência, a equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação do TJMS deu apoio à assessoria, que providenciou uma sala virtual aberta junto ao Google Meet e disponibilizou um link para cada uma das partes, procuradores e testemunhas, além de assessores. Todos participaram de suas casas e os acusados, dos locais onde estão presos.

Presentes, além da juíza, estavam o promotor Rodrigo Yshida Brandão, os advogados Maria Ana Deleon Gimenez e César Henrique Barros, o acusado que se encontra preso, remotamente, na sala de videoconferência do Instituto Penal de Campo Grande, testemunhas e o outro acusado, todos mediante acesso por link que lhes foram encaminhados. Na audiência, foram ouvidas as testemunhas de defesa e realizado o interrogatório dos réus.

Questionada sobre a experiência, a magistrada lembrou que a audiência foi 100% web, com todos em suas casas: advogados no escritório ou casa, preso no presídio e testemunhas no celular, além da equipe da assessoria, cada qual em sua casa.

“A audiência foi integralmente realizada pelo Google Meet e devidamente gravada. Acredito que 100% digital foi a primeira e foi uma experiência bem inovadora. Não podemos esquecer de mencionar o trabalho da equipe da TI, que nos deu todo apoio para a realização da audiência. Eles foram muito eficientes e muito profissionais”, disse Joseliza.

Entenda o caso – De acordo com a denúncia, no dia 11 de dezembro de 2019, por volta das 12 horas, no bairro Iracy Coelho, na Capital, o homem e o estudante denunciados associaram-se para preparar substâncias entorpecentes consistentes em 47 pacotes de maconha, pesando 514 quilos, que tinham em depósito para enviar a outro Estado.

Os dois foram presos por guardar e realizar o preparo do entorpecente para transporte. O estudante foi o responsável por providenciar o imóvel e teria auxiliado o homem, que providenciou balança de precisão, fitas adesivas, filme PVC, papel pardo, plástico bolha, estiletes e sacos plásticos utilizados no embalo da droga.

Assim, os denunciados teriam embalado o entorpecente em caixas de papelão e depositado a mercadoria em um dos cômodos do imóvel, para posterior remessa ao Estado de São Paulo. A ação foi frustrada após a Polícia Militar receber informação noticiando que o local seria um depósito de entorpecentes. Após ação policial de monitoramento, os acusados foram presos com mais de meia tonelada de entorpecentes.

Ouvido pela polícia, um dos denunciados optou por permanecer em silêncio, mas o estudante confessou a prática delitiva, informando ter sido contratado pelo homem para ajudar no embalo da mercadoria ilícita, serviço pelo qual ambos receberiam R$ 10.000,00, que seria dividida equitativamente entre ambos.