Auditoria na Folha investiga extensão indevida de vantagens salariais segunda-feira, 14 de março de 2011
Um dos principais objetivos da auditoria externa na folha de pagamento dos servidores do Governo Federal, que será feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é identificar irregularidades ocorridas no pagamento de sentenças judiciais, segundo informaram fontes governamentais. O governo tem fortes indícios de que vários órgãos da administração federal estão estendendo a todos os funcionários uma vantagem obtida na Justiça por um determinado servidor, o que resulta em enriquecimento ilícito e elevados custos para os cofres públicos.
Essas sentenças judiciais estão relacionadas, em boa parte dos casos, a perdas salariais decorrentes de planos econômicos de combate à inflação, os chamados "planos heterodoxos". O exemplo mais gritante dessas irregularidades ocorreu em algumas universidades públicas federais, cujas reitorias estenderam os 26,06% da Unidade de Referência de Preços (URP) - índice utilizado durante o Plano Verão para a correção de preços e salá rios -, que um grupo de servidores ganhou na Justiça em 1989, a todos os seus funcionários, até mesmo àqueles que ingressaram nas instituições muito depois daquele plano econômico.
A auditoria contratada pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, vai abranger todos os servidores civis ativos e inativos e fazer uma "varredura completa" em 1,65 milhão de matrículas atualmente existentes. A matrícula é o número que identifica o servidor no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape). Uma pessoa pode ter mais de uma matrícula. Os militares ficarão fora dessa auditoria.
Fonte: Valor Econômico
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