Autoridades avaliam estiagem e apontam ações do Governo

Durante a sessão especial da Assembleia Legislativa que debateu, nesta sexta-feira (27/02), as ações de convivência com a seca no Ceará, várias autoridades se manifestaram sobre as ações desenvolvidas nesta área. O secretário de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, Irani Braga, afirmou que a estiagem deve ser tratada não apenas quando ocorre. “Temos que ter um olhar persistente para esse problema", assinalou.

Irani Braga pontuou ações do Governo Federal para a convivência com a seca, entre elas, o programa “Bolsa Estiagem”, que repassa auxílio emergencial às famílias em situação de seca, e a operação carro pipa, mantida em todo o semiárido. “No Ceará, são 1.229 mil carros pipa em 108 municípios”, informou. O secretário citou ainda o repasse do Governo Federal para a perfuração de poços, o programa Água para Todos, a transposição das águas e a revitalização do Rio São Francisco.

O presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio, disse que a entidade está tentando antecipar as previsões sobre a quadra chuvosa deste ano. O objetivo, conforme esclareceu, é dar ao Governo do Estado o máximo de tempo para se preparar e enfrentar o problema da seca. “Hoje, todo o território do Ceará está com algum nível de seca. A previsão para esse ano é de chuvas abaixo da média. Pode até ser que as chuvas encham algum reservatório, mas o nosso cenário atual é desfavorável”, observou.

O diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Walter Gomes de Sousa, ressaltou que a instituição tem 105 anos e uma responsabilidade muito forte com o semiárido nordestino. O superintendente estadual da Fundação Nacional de Saúde no Ceará (Funasa), Regino Pinho, destacou que a instituição está à disposição do Governo do Estado para “ir ao interior do Ceará, levar engenheiros, técnicos e geólogos para juntos encontrarmos alternativas que minimizem a estiagem e o sofrimento das famílias”, apontou.

O secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Dedé Teixeira, afirmou que o governador Camilo Santana está aberto ao diálogo com a sociedade. “Juntos vamos avançar nesse debate e pontuar ações contra a estiagem”, disse.

Também estavam presentes ao debate o senador José Pimentel (PT-CE), os deputados federais Chico Lopes (PCdoB-CE), Domingos Neto (Pros-CE), Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), Odorico Monteiro (PT-CE) e vários prefeitos.

Domingos Neto (Pros/CE) sugeriu mudanças no projeto Água para Todos, do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), como o compartilhamento de máquinas perfuratrizes, adquiridas por meio de consórcio entre os municípios e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), entre zonas rurais que tenham mais de 50 mil habitantes. José Pimentel destacou a importância de trabalhar a questão energética do Estado com relação aos poços perfurados.
Segundo o parlamentar, o estado tem mais de 500 poços perfurados e não tira uma gota d’água porque a Coelce não fez a sua parte.

Já Odorico Monteiro disse que a questão da segurança hídrica não pode ser tratada como uma coisa isolada. “Nós temos que entender que segurança hídrica tem haver com a matriz energética, de água e de irrigação". Enquanto Raimundo Gomes de Matos defendeu a revitalização do DNOCS, criticando o contingenciamento de verbas do PAC.

O presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Expedito Nascimento, parabenizou o presidente da AL, deputado Zezinho Albuquerque (Pros) pela iniciativa. Ele enfatizou a participação dos prefeitos no debate e disse que são os gestores que vivem esse momento de dificuldade, porque é no município onde o problema acontece.

GM/AT