Baiano Filho articula criação de novos cursos na Unemat de Luciara

A Assenbleia Legislativa e a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) tentam chegar a um consenso para a criação de novos cursos no campus da Universidade, na cidade de Luciara (1.1180 km de Cuiabá e com 2.285 habitantes, segundo o IBGE). O objetivo é atender a questionamentos dos jovens estudantes que buscam cursos que lhes dêem condições de ingressarem no mercado de trabalho.

Além de propostas para a parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a interculturalidade indígena, a exemplo do que ocorre na Unemat de Barra do Bugres, na região médio norte do Estado. De acordo com a secretaria municipal, são mais de 550 alunos da rede pública que, procuram por cursos atraentes na Unemat de Luciara.

Atualmente, o Campus de Luciara oferece somente o curso de química, mas não atrai a maioria dos estudantes que terminam o ensino médio e migram para as cidades onde a Unemat atua com variedade de cursos em períodos regulares. Outro problema abordado foi o transporte escolar que é pago pelas prefeituras do consórcio de educação superior na região do médio Araguaia.

Diversas alternativas foram debatidas na sexta-feira (18), durante a realização de uma audiência pública requerida e presidida no município, pelo deputado Baiano Filho (PMDB). O evento contou com o coordenador do Campus do Médio Araguaia, Luiz Antonio Barbosa Soares, o prefeito de Luciara Fausto Azambuja (PSB), o vice-prefeito de Bom Jesus do Araguaia, Silvério Maria Dantas (PSB), que representou o prefeito Joel Ferreira do PSDB, além de professores e alunos, incluindo estudantes indígenas.

Segundo informações, no início da criação do Campus em Luciara, em 1992, a Unemat mantinha cursos de matemática, geografia, história, letras entre outros, mas foram desativados por medidas de contenção de despesas da universidade.

Baiano Filho ressaltou que, a Assembleia Legislativa aprovou aumento do orçamento da Unemat para 2014 em 2.01% que poderá ser utilizado pela universidade para ampliar cursos e melhorar a rede física da instituição de ensino. O deputado apoiou a reivindicação dos alunos da Unemat, mas também sugeriu aprofundamento nos debates futuros para a ampliação de novos cursos. É importante a participação de todos por melhorias da Unemat em Luciara, mas com o debate direcionado para o atendimento da região, avaliou Baiano Filho.

Segundo o parlamento, a Assembleia Legislativa investe nas audiências públicas para ouvir as necessidades da sociedade. Não devemos deixar o debate terminar para que se consiga o fortalecimento do ensino público superior nessa região, disse o parlamentar.

O coordenador do Campus de Luciara, Antonio Barbosa, admitiu que embora a universidade ofereça apenas o curso de química, a chance de empregos estão nas empresas de calcário, no agronegócio, estações de tratamento de água dos municípios da região, empresas de biodiesel e confinamento de bois. Antonio afirmou ainda, que a profissão é a terceira mais concorrida e que os 58 alunos do curso freqüentam as aulas periodicamente.

Para o prefeito Fausto Azambuja, a Unemat deve oportunizar cursos que realmente atendam a vocação dos estudantes da região. Da mesma forma, o vice-prefeito de Bom Jesus do Araguaia reivindicou a expansão de cursos para o município, que tem alunos deslocando 185 quilômetros para estudar em Luciara. Já o presidente da Câmara de Vereadores de Vila Rica pediu um curso de veterinária. Antes, os cursos da Unemat de Luciara recebiam mais de 200 alunos da região com despesas de transportes custeadas pelas prefeituras que fazem partem de um consórcio.

Professora de aldeias indígenas na região, Lidiane Taverny Salles defende a volta dos cursos regulares em Luciara. O curso de química não desperta o interessa da maioria dos estudantes que querem a efetivação de novos cursos, assim, como os professores que também precisam de especialização em locais próximos de onde vivem, disse Lidiane.

Representante da classe estudantil, Tairone Wareniwara da etinia Carajás, cursa o segundo ano em licenciatura de biologia pela Unemat fora de Luciara. Ele destacou a dificuldade dos índios que saem para estudar fora da cidade e têm dificuldade de voltar à realidade das aldeias. Temos que ter cursos diferenciados e próximos de nós, porque todos precisam estar perto das famílias, afirmou Tairone que, defendeu a interculturalidade indígenas nos cursos da Unemat.

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