BBom acusada pela 2ª vez de usar laranja - Jornal do Commercio (Economia)
INVESTIGAÇÃO A Justiça de Goiás bloqueou R$ 8,6 milhões de uma empresa ligada à BBom - suspeita de operar como pirâmide financeira e que já teve atividades suspensas
A Justiça de Goiás bloqueou R$ 8,6 milhões de uma suposta "laranja" da BBom, empresa suspensa por indícios de ser uma pirâmide financeira. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), que divulgou o caso ontem, trata-se de uma triangulação de recursos ligados à administração e emissão dos chamados "Cartões BBom", cartões pré-pagos que seriam usados para o pagamento das comissões dos associados à empresa, que alcançou 217 mil cadastros. É a segunda vez que a empresa é acusada de uso de laranjas.
Em nota do MPF, os procuradores da República Mariane Guimarães e Helio Telho explicam que a diretora administrativa da Embrasystem Tecnologia, razão social da BBom, Aline Rizato Riguetti, criou uma empresa com o nome Webcard Administradora de Cartões, que recebeu os R$ 8,6 milhões. Apesar de supostamente ser uma empresa da área, a Webcard repassou o dinheiro para outra empresa, lícita, a Vale Presente S.A., para a emissão dos Cartões BBom. O bloqueio foi determinado pelo juiz Federal de Goiás Juliano Taveira Bernardes, no último dia 10.
Em agosto, a BBom teria tentado, por meio de fraude, sacar R$ 2,5 milhões em dinheiro de suas contas bloqueadas pela Justiça, através de Cristina Dutra Bispo, esposa do diretor e sócio da empresa, Ednaldo Alves Bispo. A Justiça de Goiás já havia bloqueado, em ação cautelar, R$ 300 milhões na conta da BBom a pedido do MPF naquele Estado. No início deste mês, procuradores da República em São Paulo conseguiram uma ordem de sequestro de R$ 479 milhões nas contas da empresa e de sócios, além da busca e apreensão de 45 carros de altíssimo luxo em nome da empresa - 18 Mercedes Benz, quatro Lamborghinis, três Ferraris, uma Maserati e um Rolls Royce Ghost.
A BBom, assim como a Telexfree, Priples e Blackdever, é acusada pelo Ministério Público de prática de pirâmide, um crime contra a economia popular. A empresa, contudo, alega ser uma fornecedora de rastreadores de veículos que apenas usaria o marketing multinível (uma rede de pessoas) para divulgar e distribuir seus produtos. A promessa é que quem entrasse no negócio teria um lucro garantido de 300% ao ano, bastando para isso pagar uma taxa de adesão de R$ 600 a R$ 3 mil pelos pacotes básicos, sem contar uma mensalidade de R$ 80 pelo comodato dos aparelhos - mas há casos de investimentos bem acima de R$ 100 mil.
Havia ainda um bônus para quem trouxesse novos associados para a rede.
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