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2 de Maio de 2024
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    Benefício previdenciário e correção monetária: faça os cálculos e, se preciso, brigue pelo acerto!

    Publicado por Espaço Vital
    há 16 anos

    Por Ivan Luís Bertevello,

    advogado (OAB/SP nº 208.235)

    Após longos anos de serviços prestados, horas extras realizadas, dores de cabeça e aborrecimentos diversos, chega o momento de o trabalhador brasileiro requerer sua aposentadoria. Começa então uma jornada nas agências do INSS: espera em filas de longas horas, incontáveis idas e vindas, entrega de uma quase infinidade de documentos – destacando o fato de que, em muitos casos, o trabalhador tem que aguardar por anos e mais anos a fio o resultado de seu pedido.

    Finalmente, depois deste árduo caminho percorrido, logra-se êxito na tão esperada aposentadoria, esperando o trabalhador que, com ela, venha também um pouco mais de conforto a ele e sua família.

    A notícia da concessão da aposentadoria se dá por meio de um documento chamado “Carta de concessão e memória de cálculo”, enviado para a residência do aposentado. Neste documento, constam diversas informações sobre o processo de concessão da aposentadoria: cálculos, valor e data de pagamento do benefício e parcelas acumuladas a receber desde a DER (Data de Entrada do Requerimento).

    Além destas informações, incluiu-se também o valor da correção monetária que foi aplicada pela autarquia federal previdenciária sobre estas parcelas acumuladas e em atraso. Analisando este ponto, percebe-se que a correção monetária aplicada pelo INSS incide somente a partir da data da regularização da documentação que gerou a concessão da aposentadoria. É neste ponto que surge o questionamento: a correção monetária paga pelo INSS, na forma que o faz, está correta?

    Antes de nos aprofundarmos na questão, vamos entender um pouco o que vem a ser correção monetária. Ela não é uma penalidade, mas sim uma recomposição monetária em decorrência da inflação ocorrida em um certo lapso de tempo; é uma atualização devida em decorrência da corrosão da moeda. Ela é reconhecida como um direito constitucional, além de ser abordada em diversos diplomas legais, havendo vasta jurisprudência (decisões dos Tribunais acerca da interpretação e aplicação das leis) e súmulas (resumo das reiteradas decisões dos tribunais sobre um assunto específico) em relação à correção monetária de prestações previdenciárias.

    A partir desse entendimento, fica claro que a aplicação da correção monetária é corrigir para os dias atuais a desvalorização natural da moeda, fazendo com que o montante original devido em uma determinada época seja utilizado nos tempos atuais de uma forma economicamente viável.

    Entendendo sua conceituação e sua aplicação, já é possível notar a diferença da correção monetária paga pelo INSS (lembramos, a partir da data da regularização da documentação comprobatória do benefício) e de como deveria ser aplicada, que seria desde a época em que deveria ter sido paga cada parcela, até o efetivo mês de recebimento por parte do aposentado.

    Diante deste ato equivocado praticado pelo INSS, o recém jubilado possui o direito de pleitear junto ao Poder Judiciário a correta aplicação da correção monetária referente a todo o período acumulado. Esta diferença no cálculo muitas vezes resulta em uma significativa quantia em favor do aposentado, que deve ser por ele pleiteada, frisando que qualquer discussão sobre a correção monetária não afetará em nada o regular recebimento de seu benefício. Porém, muitas vezes a situação é aceita pelo segurado pela demora da ação e por não querer ´brigar com o INSS´ por seus direitos.

    Tal atitude deve ser repudiada, pois apenas faz a Administração Pública se encorajar a agir ainda mais contra os segurados. Além de reclamar um direito que lhe é legítimo, é uma questão de cidadania. Vale a pena procurar a orientação de um advogado para fazer a verificação e tomar as ações cabíveis para o necessário acerto.

    (*) E.mail: i_bertevello@machadoadvogados.adv.br

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    2 Comentários

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    Eu teria que citar o meu benefício e informar os inúmeros erros de uma decisão incorreta até do ano do mês 9/1991, que depois de contribuir por 31anos e 9 meses eno mínimo com 20 salários mínimos durante 15 anos e outros 15 com média 7 a 10 receber hoje o valor de 2,819,0 reais.Eu ainda tenho hoje a relação dasúltimas 36 contribuições e aínda fizeram pagar4meses pois não acharam
    os comprovantes.,sendo1 de 1989,1de 1990e 2de 1991. continuar lendo

    gostaria de saber se a prescrisaô no processo da RMI da vida toda continuar lendo