Blitze da Lei Seca não intimidam motoristas em BH

Nem mesmo a intensificação das blitze da Lei Seca e o maior rigor na punição de quem dirige alcoolizado intimidam os motoristas. Dos condutores parados nas operações da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), na campanha Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida, 6,6% estavam sob efeito de álcool.

Nos 17 meses de ações na Região Metropolitana de Belo Horizonte, 35.035 carros foram abordados, sendo que 2.330 condutores cometeram crime ou infração de trânsito.

Desse total, 594 motoristas foram enquadrados criminalmente, ou seja, o teste do bafômetro apontou, no organismo, uma quantia de álcool acima de 0,34 miligramas de álcool por ar expelido (mg/l). Além de multa de R$ 957, eles podem pegar de seis meses a um ano de cadeia. Outras 1.736 pessoas apresentaram quantia de álcool entre 0,14 e 0,33 mg/l ou recusaram soprar o bafômetro. Elas foram multadas e tiveram a carteira retida.

Para o presidente da Associação Mineira de Medicina no Tráfego (Ammetra), Fábio Nascimento, a quantidade de motorista que bebe e depois dirige é alta. A lei é muito boa e é clara: ninguém pode dirigir após ingerir bebida alcoólica. Cada um tem que ter consciência e pegar os exemplos de mortes no trânsito, pensar que alguém poderia ter feito mal a algum membro da família.

Nascimento entende que a lei é severa, mas a punição ainda deixa a desejar. Em alguns países, se a pessoa é flagrada embriagada e dirigindo, ela vai presa na hora. As multas são mais elevadas, afirma.

Falta estrutura

O presidente da Ammetra elogia as blitze realizadas no Rio de Janeiro e afirma que elas servem de exemplo para o Brasil. Para ele, Minas está despreparada para coibir as infrações. Lá, menos pessoas bêbadas são flagradas na direção a cada dia. A Lei Seca foi criada em 2008 e somente em 2011 implantaram essa ação aqui. O Estado tem a maior malha viária do país e não vemos tanta fiscalização assim.

Segundo a Seds, a ampliação da campanha Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida, que seria levada para o interior no fim deste ano, foi adiada para o início de 2013. (Hoje em Dia)