BNDES financia com R$ 165 milhões a nova rede de distribuição da Ampla

A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento à Ampla Energia e Serviços S/A (antiga Cerj), no valor de R$ 165 milhões, destinado à implantação de uma nova rede de distribuição aérea transversal, com 1.985 km de extensão. A operação permitirá a abertura de 75 empregos permanentes na empresa, além de mais 330 empregos diretos e outros 1.000 indiretos durante as obras.

A instalação da nova rede de distribuição possibilitará expressiva redução no consumo de energia pela Ampla, mediante a diminuição das perdas comerciais e técnicas. Propiciará também a modernização da iluminação pública e a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos aos consumidores da empresa, que detém concessão para distribuir energia elétrica em 65 municípios do Estado do Rio de Janeiro, abrangendo 73% do território estadual, e um município de Minas Gerais.

Furto de energia – Conhecido como rede DAT, o sistema de distribuição aérea transversal é uma solução técnica para combater o furto de energia, que hoje causa à Ampla perdas comerciais de cerca de 13%, resultantes principalmente de ligações clandestinas. Além disso, a nova rede vai reduzir também considerável parcela das chamadas perdas técnicas, atualmente da ordem de 10%, ocasionadas pela transformação e transporte da eletricidade no sistema de distribuição,

O crédito está sendo concedido pelo BNDES no âmbito do programa Financiamento a Empreendimentos (Finem), em operação indireta, com participação de três agentes financeiros – Unibanco, Bradesco e Banco Alfa.

O investimento total será de R$ 263 milhões, com a Ampla complementando os R$ 98 milhões restantes com recursos próprios e outras fontes de financiamento, como emissão de debêntures.

Evasão – Além de provocar perdas de aproximadamente R$ 250 milhões/ano na receita da empresa, o furto de energia é responsável também por uma evasão fiscal estimada em R$ 37 milhões/ano, somente em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que a empresa não tem como faturar, reduzindo também o pagamento de Imposto de Renda e outros tributos federais.

A execução do projeto envolve aquisição de materiais nacionais no valor de R$ 122 milhões, produzidos por indústrias cadastradas na Linha Finame do BNDES. A construção da nova rede de distribuição aérea transversal será concluída no prazo de dois anos, para atendimento de 321 mil clientes nos municípios fluminenses de São Gonçalo, Magé, Duque de Caxias, Itaboraí, Cabo Frio, Araruama, Macaé e Campos.

A Ampla (ex-Cerj) foi privatizada em 1996 e hoje é uma sociedade aberta de capital privado, controlada pelo grupo espanhol Endesa, por meio de suas subsidiárias Chilectra, Enersis e Endesa Internacional, com participação da estatal portuguesa EDP, que detém 7,71% do capital votante.

Leilões – O BNDES está apoiando as concessionárias de serviços públicos também na instalação de novas linhas de transmissão de energia elétrica, com financiamento às empresas vencedoras de licitações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para construção e operação de aproximadamente 2,6 mil km de linhas de transmissão, em diversas regiões do País.

Os financiamentos abrangem até 80% dos investimentos fixos, com obrigatoriedade de as concessionárias aplicarem na obra, incluindo investimentos variáveis, pelo menos, 30% de capital próprio.

As empresas beneficiárias – sociedades anônimas de propósito específico (SPEs), com balanços submetidos a auditorias credenciadas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – só começarão a pagar o financiamento seis meses após a entrada em operação comercial da linha de transmissão, com juros capitalizados ao longo desse período de carência. A amortização será feita em até 12 anos.