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16 de Junho de 2024
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    Bullying é debatido no MP

    "O bullying não corresponde a um simples ato de indisciplina, nem é uma brincadeira típica da infância. É sim, uma repetição de atos agressivos, numa relação em que há desequilíbrio de poder". O alerta foi dado pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, procuradora de Justiça Maria Ignez Franco Santos, que, juntamente com o médico psiquiatra judiciário do Tribunal de Justiça, Monserrat Martins, e com o professor da Escola Estadual de Ensino Médio Padre Reus, Aloizio Pedersen, abordou, na noite desta quinta-feira, o tema "O bullying e os efeitos dessa prática", dentro do projeto "Ciclo de Debates", organizado pelo Memorial do Ministério Público.

    Conforme Maria Ignez, essa prática trás uma série de efeitos colaterais para a vítima, como tristeza, baixa autoestima e evasão escolar. "Ao invés da escola ser um momento de desenvolvimento psicológico, de boas lembranças, se torna um ambiente nocivo tanto para agressores, quanto para quem sofre a violência". A Procuradora de Justiça saudou o engajamento da comunidade escolar, representada no debate por professores e por um grande número de jovens, no enfrentamento ao bullying.

    Para a representante do Ministério Público, a responsabilidade não pode ser toda atribuída ao poder público. "Pais e escola também precisam dar sua parcela de contribuição, buscando alternativas e descobrindo, na troca de experiências, as melhores alternativas. Maria Ignez Franco Santos destacou a preocupação dos legisladores com o tema."Em Santa Catarina já há uma lei em vigor que institui um programa interdisciplinar de erradicação do bullying. Em Porto Alegre, uma proposta de lei tramita para criar o sistema municipal de prevenção ao problema. E, no Congresso Federal, está em análise um projeto do deputado Vieira da Cunha que define medidas multidisciplinares contra o bullying".

    O médico psiquiatra judiciário Monserrat Martins apresentou ao público casos práticos verificados em 2009 relacionados diretamente ao tema em discussão." Tivemos, neste ano, seis casos de jovens entre 13 e 17 anos que cometeram homicídios por terem sido, anteriormente, vítimas de bullying daquelas pessoas das quais tiraram a vida ". Conforme Monserrat, esses adolescentes, quando avaliados psiquiatricamente, revelaram que haviam passado por processsos de humilhação e violência." Uma das meninas interrogadas disse que suas primas tinham apanhado várias vezes, que denúncias foram feitas à Justiça, mas que nunca resultou em medidas práticas ".

    De acordo com Martins, essas situações não apontam para problemas em uma determinada instituição, mas para" uma falha em conjunto da sociedade ". Conforme o médico psiquiatra,"precisamos fazer uma reflexão de conceitos, sobre o motivo de isto estar acontecendo. São situações sociais que estão fugindo ao nosso controle e precisam ser estudadas". Ele defendeu o uso da Justiça Restaurativa, uma abordagem inovadora, para identificar quais as necessidades básicas precisam ser supridas para que as pessoas violentas se expressem de outras formas.

    Em sua manifestação, o professor Aloizio Pedersen, da Escola Estadual de Ensino Médio Padre Reus, apresentou o Projeto Interdisciplinar que coordena, desde 2006, visando erradicar a prática do bullying no meio escolar. Ele citou a realização de oficinas, concursos de cartazes e vídeos, como práticas adotadas para abordar o tema."Atualmente, nossos mais de 1400 alunos estão capacitados para falar do tema. O processo de trabalhar o bullying deve respeitar as individualidades dos alunos".

    Ele pregou a união de escolas para" fazer coisas importantes que o projeto proporciona ". Finalizou salientando que, após participar de um encontro com a Medicina Psiquiátrica e com o Ministério Público, saiu com" a sensação de que nem tudo está perdido ".

    O evento foi coordenado pela supervisora do Memorial do Ministério Público, promotora Mauren Jardim Gomes. Prestigiou o encontro, ainda, a promotora de Justiça de Santa Cruz do Sul, Simone Spadari.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/bullying-e-debatido-no-mp/1547470

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