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17 de Junho de 2024
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    C.FED - Especialistas alertam para aumento da violência nas escolas públicas

    Publicado por Sintese
    há 7 anos

    Especialistas em educação fizeram um alerta sobre os diversos tipos de violência em sala de aula, que envolvem agressão contra professores, preconceito contra alunos, cobrança excessiva por alto desempenho escolar e ausência de diálogo entre escola e comunidade. O assunto foi discutido em audiência pública da Comissão de Educação da Câmara.

    Em 57,5% das escolas públicas brasileiras, ao menos 2 professores relataram ter sofrido algum tipo de violência, na maioria, agressão verbal. Os dados são da pesquisa Prova Brasil que entrevistou diretores, alunos e professores do 5º e 9º anos do ensino fundamental em 2015.

    Audiência pública da Comissão de Educação reuniu especialistas para debater violência nas escolas públicas e possíveis soluções a serem adotadas

    Chama muita atenção que esse percentual em 2013 era de 52%, observou Caio Callegari, representante do movimento Todos pela Educação. Segundo ele, em um estudo realizado pela instituição em 2016, com 1500 jovens de 15 a 19 anos, a segurança no ambiente escolar foi apontada como o maior atrativo da escola, atrás da acessibilidade e da infraestrutura, sobretudo pelos alunos do Centro-oeste, Sul e Nordeste.

    O mesmo estudo mostrou que a falta de segurança preocupa a maioria dos estudantes no Sul, Sudeste e Norte. Uma parte do quebra-cabeça é a falta de integração entre as famílias e a comunidade com a escola. Têm de trazê-las para o debate, porque (a violência) é um problema que existe fora da escola. Não dá para fazer um trabalho em que a escola olhe só para o próprio umbigo, afirmou.

    Callegari citou uma política pública bem-sucedida de integração da comunidade com a escola aplicada em Taboão da Serra (SP). Ao levar os professores para a casa dos estudantes, para que eles conversassem com as famílias, e ao trazer as famílias para dentro da escola, para participar efetivamente das decisões escolares, o resultado foi a resolução de muitos conflitos domésticos e também de conflitos dentro da escola, relatou.

    A necessidade de reunir educadores e familiares em torno de assuntos polêmicos, como orientação sexual, foi destacada pela deputada Pollyana Gama (PPS/SP), que solicitou a audiência. Ela falou sobre sua experiência como professora. Era importante ouvir essas famílias antes mesmo de apresentar o conteúdo na sala de aula. É algo que sempre orientei, ainda mais num momento em que a gente tem ainda muitos tabus a serem vencidos, opinou.

    Alto rendimento e discriminação

    Já a representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ângela Soligo, destacou o incentivo ao uso indiscriminado de remédios para aumento da performance escolar, como exemplo de violência contra crianças e adolescentes.

    No Brasil, o uso de Ritalina (psicoativo de tarja preta), só é menor do que nos Estados Unidos e o crescimento é exponencial: em dez anos nós tivemos um crescimento do consumo de mais de 700%. E muito desse consumo é aplicado no ambiente escolar, alertou.

    Segundo a pesquisa Violência e Preconceitos na Escola realizada pelo CFP entre 2013 e 2015, os alvos da violência são aqueles que sofrem preconceito dos colegas, professores e administração escolar.

    Verificamos, em especial, a presença de preconceitos racial, de gênero, de orientação sexual e, no Norte, contra os indígenas, disse Ângela Soligo. Uma outra coisa é a presença de todas as formas de violência: física, verbal, isolamento e descriminação, continuou.

    Ainda segundo a psicóloga, os alunos denunciam a ausência de diálogo com a direção das escolas e os coordenadores pedagógicos, o que, em sua visão, resulta em uma política de silenciamento. Eles querem ser ouvidos (os estudantes) e denunciam a omissão da escola, assinalou a especialista.

    Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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