Campanha alerta sobre a importância da prevenção contra crimes digitais
No Dia da Internet Segura, especialistas discutem pedofilia e assédio
Somente no mês passado, 6.610 denúncias sobre assédio via internet foram encaminhadas à SaferNet Brasil, ONG especializada em segurança e prevenção na rede mundial de computadores. Para fazer um alerta contra esse e outros tipos de crimes digitais, a SaferNet e o Ministério Público Federal de São Paulo criaram uma campanha para marcar o Dia da Internet Segura, celebrado hoje.
- O evento começou em 2004 na Europa. Este ano esperamos contar com a participação de 65 países - diz Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da SaferNet.
No site da campanha, em , estão listadas atividades ligadas ao uso responsável da internet.
- O site orienta pais e filhos com cartilhas, vídeos e informações sobre crimes digitais - diz Nejm, lembrando que hoje haverá atividades em São Paulo e em Belo Horizonte.
Para o especialista, um grande perigo da internet é a possibilidade de a criança interagir com desconhecidos e passar a eles informações pessoais como nome, endereço, escola etc. O risco de exposição a pedófilos e outros criminosos não é pequeno: - Na pesquisa sobre hábitos de navegação, descobrimos que 28% dos jovens já se encontraram pessoalmente com "amigos" virtuais. É alto o risco de uma criança ser vítima de um aliciador nesse processo.
Outro problema comum é o chamado cyberbullying - ou seja, a perseguição a jovens e crianças pela internet e pelo celular. Segundo Nejm, tratase de uma prática que se perpetua ao longo do tempo e pode destruir a autoestima do jovem.
- Os cyberbullys mandam mensagens pelo celular, emails, usam torpedos e criam perfis em redes de relacionamento (como Orkut e afins) com fotos falsas da vítima, procurando difamá-la - explica Nejm. - Ao contrário do bullying físico, que acontece na escola, o virtual não conhece fronteiras. Não adianta a criança ou adolescente mudar de escola ou de cidade.
Pela pesquisa da SaferNet, 38% afirmaram ter sido vítimas de cyberbullying. Já 29% dos jovens internautas já tiveram informações suas roubadas na internet, e 26% nunca tentaram se proteger.
Pais têm papel fundamental na segurança dos filhos A esse quadro preocupante se junta a atitude dos pais em relação à internet. Embora 56% achem que os filhos ficam tempo demais na rede, 63% confessam que não lhes impõem limites na navegação. E 74% temem que os filhos sejam vítimas de mal-intencionados.
- A melhor arma ainda é o diálogo com os filhos - diz Rodrigo Najm. - Os pais precisam navegar com eles. No processo, eles ficam conhecendo os amigos virtuais do filho e, como adulto, pode chamar a atenção sobre os riscos na rede.
Para o especialista, é preciso lembrar que a internet é uma porta aberta para o mundo.
- Da mesma forma que os pais não deixam a criança frequentar so zinha certos espaços públicos, não devem permitir que elas frequentem certos espaços da internet. E o diálogo tem que ser permanente.
FONTE - André Machado - Jornal O GLOBO - RJ
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