Campanha de Educação - Criança e adolescente na escola: essa lição é para todos!
O Ministério Público do Paraná lança, nesta segunda-feira, 14 de fevereiro, a campanha "Criança e adolescente na escola: essa lição é para todos!". A iniciativa conta com a parceria da Secretaria de Estado da Educação e tem por objetivo mobilizar toda a sociedade paranaense a fim de identificar crianças e adolescentes que não estejam matriculados ou frequentando a rede regular de ensino.
Como funcionará
De hoje, 14 de fevereiro, até o dia 14 de março, educadores e promotores de Justiça de todas as regiões do estado, com o apoio dos Conselhos de Direito e Tutelares, atuarão perante associações, igrejas, instituições públicas e privadas, bem como de toda a população paranaense, pedindo a união da sociedade na busca de crianças e adolescentes que estão fora da escola.
A comunidade deve orientar os pais ou responsáveis por essas crianças e jovens a procurar a escola estadual mais próxima de suas residências para fazer o cadastramento e a matrícula do estudante.
Atuação do MP-PR
A ideia é que todos os promotores de Justiça da Educação e da Infância e Juventude mobilizem a sociedade, bem como a imprensa local, pedindo que todos contribuam com a iniciativa, encaminhando as famílias que possuem crianças e adolescentes fora da escola para o colégio mais próximo de suas casas para fazer o cadastramento.
Os promotores de Justiça serão, junto com os professores, os principais articuladores da campanha, podendo traçar estratégias junto ao Poder Público local, às Redes de Proteção e aos Conselhos Tutelares para acompanhar o cadastramento. Além disso, devem monitorar a oferta de vagas - tanto na rede estadual como na municipal de ensino - a fim de garantir o ingresso dos novos alunos na escola.
Veja mais detalhes no ofício enviado às promotorias de Justiça.
Acesse os ofícios encaminhados aos Conselhos de Direito e aos Conselhos Tutelares .
Participe!
Se você conhece alguma criança ou adolescente que não esteja estudando, converse com a família para procurarem uma escola próxima e fazerem o cadastro. Todos nós somos responsáveis por garantir esse direito às nossas crianças e jovens!
Confira abaixo notícia veiculada no jornal Gazeta do Povo a respeito da campanha.
Ação tenta reduzir evasão escolar
Um mês para descobrir quantas pessoas estão fora da escola e outro para buscar a solução para cada caso. Esse foi o prazo estipulado ontem pelo vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns, durante o lançamento oficial da campanha Criança e adolescente na escola: essa lição é para todos!. Lançada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) em parceria com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a campanha tem o objetivo de descobrir quantas pessoas - de todas as faixas etárias - precisam ser atendidas pelo sistema de ensino. Queremos tirar a invisibilidade de crianças e adolescentes que não têm a oportunidade de ingressar e permanecer no sistema educacional, afirmou o procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto.
Sobre a possível falta de vagas para atender todos que procurarem as escolas para fazer o cadastro, que vai até 14 de março, Arns ressaltou que a campanha foi lançada justamente para servir de base para ações futuras. Se houver vagas disponíveis na escola procurada, a matrícula será efetuada imediatamente. Se não houver, outras alternativas serão criadas. Isso vale para aqueles que têm deficiência, que estão nas ruas, para indígenas ou para quem está em ambiente hospitalar, afirma o secretário.
Desafio
Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (2009) do IBGE, o Paraná tem 1,549 milhão de crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos. Estimativas preliminares da Seed mostram que cerca de 10% deles não frequentam as aulas, uma porcentagem que cresce ao longo do ensino fundamental.
Jhonatan Boçon, 15 anos, quase ajudou a reforçar essa estatística. Depois de reprovar pela segunda vez, ele desistiu da 6.ª série há dois anos e abandonou a escola. Eu era bem maior que os outros colegas, que me zoavam bastante, e estava bem atrasado. Fora isso não queria saber de estudar, só de bagunça, conta. Apesar do protesto dos pais, Jhonatan ficou alguns meses em casa. Eu não tinha a menor vontade de ir para aula e ficava na internet o dia inteiro. Mas aí acabei vendo que as pessoas que estudam acabam se dando bem e tendo empregos melhores. Foi quando resolvi voltar, fazendo um supletivo, explica.
Arns lembrou durante a apresentação da campanha que a escola se torna mais atrativa para os adolescentes quando faz uma ponte para o mercado de trabalho. O mais importante é fazer planos para que o adolescente se ressocialize. Se for um jovem de rua, precisa de atendimento interdisciplinar, por isso vamos trabalhar junto dos Conselhos Tutelares e do Ministério Público para atendê-los. O adolescente vai para escola e aprenderá a trabalhar ou sairá já empregado, afirmou.
Fonte: Gazeta do povo. Edição de 15/02/11. Por: Adriana Czelusniak
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