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16 de Junho de 2024
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    Cartório do Jaraguá (SP) participa do projeto de documentação indígena do TJ-SP

    Neste sábado (30.11), a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP), representada pela diretora e registradora civil do Jaraguá (SP), Monete Hipólito Serra, participou ao lado dos juízes Reinaldo Cintra Torres de Carvalho e Daniel Issler, integrantes da Co-ordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), da entrega de documentos aos índios das aldeias Pyau e a Ytu, que compõem a terra Indígena Jaraguá. A iniciativa, pela primeira vez realizada em São Paulo, faz parte do projeto Cidadania, Direito de Todos, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ocorreu no Centro de Integração da Cidadania (CIC).

    O mutirão foi organizado pela Coordenadoria da Infância e da Juventude com o apoio dos juízes Reinaldo e Daniel, ambos fizeram parte da equipe do CNJ - quando o projeto foi criado em 2010 - e tiveram participação na criação e na execução do projeto em alguns Estados, como Manaus, Ama-zonas e Mato Grosso do Sul.

    O objetivo é conceder aos indígenas que vivem próximo às áreas urbanas, documentos essenciais para o exercício da cidadania como carteira de identidade, Carteira de Trabalho, CPF, certidão de nascimento entre outros que garantem direitos.

    Reinaldo Cintra disse que o projeto visa ainda facilitar a obtenção de documentos e a regularização dos registros civis dos índios com a inclusão da sua origem indígena (aldeia de nascimento) e do seu nome indígena de batismo para todos os efeitos civis. "O projeto traz à comunidade indígena o exercício pleno da cidadania", assegurou o magistrado que também assinava os RGs dos menores, suprindo a assinatura do seu responsável quando não estava presente.

    O técnico indigenista e coordenador técnico local da Fundação Nacional do Índio (Funai) na cidade de São Paulo, Márcio José Alvim do Nascimento, disse que foi dada prioridade à comunidade do Jaraguá por conta das condições em que ela se encontra. "Iniciamos aqui um trabalho para garantir a essa comunidade a plena cidadania. Possuindo os documentos, eles poderão obter todos os benefí-cios como do INSS e outros programas do governo. Esse é o primeiro passo, agora é fazer com que as políticas públicas cheguem até eles". Márcio falou ainda da necessidade da demarcação de terras, melhoria na habitação e implantação do saneamento básico. "Louvo os juízes Reinaldo e Daniel por trazer a iniciativa e reunir todos os órgãos públicos para realizar essa ação de cidadania". Ele desta-cou o desembargador Márcio Martins Bonilha Filho, na época corregedor dos cartórios de registros públicos, por toda orientação e apoio, bem como aos demais parceiros.

    Parcerias - Daniel Issler falou da importância da articulação entre os parceiros e de todo o trabalho feito previamente. A Funai fez um levantamento geral nas aldeias, checando nomes, erros de gra-fia, organizando os nomes e documentos já existentes, tomando as providências necessárias. Com isso, hoje os índios já puderam voltar a suas aldeias com o documento requerido, somente o RG será entregue em data posterior.

    A iniciativa conta com a parceria da 2º Vara dos Registros Públicos; Funai; Receita Federal do Bra-sil; Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP); Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD); Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial; Secretaria de Direito Humanos da Presidência da República e da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.

    O projeto é retratado na obra "A Questão Indígena", coordenada pela juíza Valéria Lagrasta e pelo desembargador Caetano Lagrasta, onde estão organizados vários textos sobre a vida indígena e os problemas que envolvem a cidadania dos índios. Na abertura, consta o relatório do proje-to Cidadania, Direito de Todos, elaborado por Reinaldo Cintra e Daniel Issler, quando estavam no CNJ.

    Estiveram presentes na entrega de documentos, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad; o secre-tário-adjunto da Justiça e da Defesa da Cidadania, Roberto Fleury; o delegado-adjunto da Delegacia da Receita Federal da Pessoa Física, Ricardo Sierra Fernandes e o secretário de Promoçåo da Igualdade Racial de São Paulo, Netinho de Paula,

    Reinaldo Cintra revelou que no próximo ano será realizado o mutirão nas outras aldeias de São Paulo e de que a Coordenadoria da Infância e Juventude pretende levar o projeto a todas as aldeias do Estado.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/cartorio-do-jaragua-sp-participa-do-projeto-de-documentacao-indigena-do-tj-sp/112175355

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