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16 de Junho de 2024
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    Caso Bernardo: oito testemunhas depõem em Frederido Westphalen

    Publicado por Âmbito Jurídico
    há 10 anos

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    Caso Bernardo: oito testemunhas

    depõem em Frederido Westphalen

    Terminou perto do meio-dia o depoimento das oito testemunhas arroladas pela acusação do processo criminal que apura a morte de Bernardo Uglione Boldrini, ocorrida em 4/4/14. Elas foram ouvidas por carta precatória no Foro da Comarca de Frederico Westphalen. A audiência de instrução foi presidida pelo Juiz de Direto Jairo Cardoso Soares, titular da 3ª Vara Criminal.

    Os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz estavam presentes no local .Eles são réus no processo, juntamente com Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, pai e madrasta do menino. Os quatro são acusados pelo Ministério Público de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (só Leandro).

    Depoimentos

    A funcionária da farmácia que vendeu o medicamento Midazolan à Edelvânia foi a primeira a depor nesta manhã. Ela disse que era operadora de caixa no estabelecimento e que, naquele dia, pelo movimento no horário de pico, foi ajudar no atendimento. Viu que o medicamento era de uso controlado e solicitou à Edelvânia a receita médica, que apresentou o receituário. Contou que, como ela já era cliente da farmácia, não conferiu o documento de identidade, apenas tomou nota do RG. A testemunha disse que Edelvânia estava acompanhada de uma mulher.

    O proprietário da loja onde Edelvânia comprou uma pá e uma cavadeira depôs em seguida. Afirmou que ela estava com outra pessoa no momento da compra, que ficou na porta do estabelecimento. Não soube identificar a pessoa. A venda ocorreu nos primeiros dias de abril.

    O sócio da construtora que vendeu à Edelvânia o imóvel dela na planta também depôs. Esclareceu que a ré fazia parte de um grupo para aquisição de imóvel financiado por meio do programa Minha Casa Minha Vida, através da Caixa Econômica Federal. O grupo assinou contrato em janeiro deste ano. Edelvânia parcelou a entrada do imóvel. Deu R$ 6 mil em outubro do ano passado e a mesma quantia em abril de 2014. O primeiro pagamento foi efetuado por depósito bancário e o segundo, em dinheiro (notas de R$ 50,00 e R$ 100,00). O valor total do apartamento é de R$ 98 mil.

    Ex-policial e vigia viram o carro de Evandro Wirganovicz perto do local onde o corpo de Bernardo foi encontrado. O fato teria ocorrido no dia 2/4. O ex-policial informou que estava acompanhado do vigia, que o ajudou a construir uma casa de bonecas para a filha. A testemunha tem uma propriedade próximo ao local onde foi aberta a cova e eles buscavam madeiras para concluir a construção. Ele reconheceu o carro de Evandro, um Chevette amarelo, estacionado num barranco. Anotou o número da placa do veículo e, quando chegou em casa, consultou a Brigada Militar. Afirmou que o nível do rio, naquele dia, estava baixo e que seria difícil uma pescaria no local. Informou que só viu o carro, Evandro não.

    Quando retornou à propriedade, no domingo seguinte, avistou Edelvânia chegar, por volta das 9h30min. Ela estava com uma menina que é sobrinha dela. A testemunha disse que conversou com Edelvânia e que ela mencionou que estava ali para molhar os pés.

    Descreveu o local como sendo difícil de cavar, pela presença de raízes e pedras. O ex-policial disse que conhece Evandro desde que nasceu e o descreveu como um guri tranquilo. É afilhado de batismo da mãe dos réus.

    Já o vigia confirmou o depoimento do ex-policial. Disse que viu o carro de Evandro por volta das 19h30min daquele dia.

    O dono de uma agropecuária da cidade relatou que duas moças entraram na loja perguntando o que elas poderiam usar para cavar um buraco. Ele respondeu que seria uma pá ou uma cavadeira. Como lá ele não trabalhava com as ferramentas, Indicou outras duas lojas próximas, sendo uma delas a que foi feita a compra por Edelvânia.

    No momento do relato, com a presença da ré, a testemunha não deu total certeza de que a moça em questão era Edelvânia. Mas disse ser muito parecida. Ela estava acompanhada de uma mulher.

    Um agricultor que mora próximo à localidade onde o corpo da vítima foi encontrado disse ter visto, na quinta-feira (3/4) um Fiat Siena cinza escuro estacionado perto da sua residência. Era por volta das 10h30min. Os vidros do carro estavam levantados e eram escuros. Ele não viu se tinha alguém dentro.

    Não soube dizer a hora que o veículo saiu de lá.

    A companheira de Evandro foi a última a depor. Foi dela também o testemunho mais longo.

    Ela contou que foi com Evandro e os filhos na casa da mãe dele, na quarta-feira (2/2). Ele estava de férias. Afirmou que ele ia seguidamente na casa da mãe para pescar próximo dali. Disse que ia de carro, e, às vezes, a pé.

    A testemunha viu Evandro saindo para pescar. Ele levou minhocas de isca. Não levou nenhuma ferramenta com ele. Convidou o irmão dele, que mora na casa ao lado da mãe, para ir junto, mas acabou indo sozinho.

    Relatou que Evandro foi pescar em torno de 18h30min e voltou entre 20h30min e 21h.

    A testemunha retificou o depoimento dado à polícia quando disse que não viu se ele levou peixes para casa. Desta vez, afirmou que já estava deitada quando ele retornou e que só viu o pescado no dia seguinte.

    Eles retornaram para casa no dia seguinte.

    Sobre Edelvânia, a testemunha disse que se dava bem com a cunhada. E que esta sempre foi próxima do irmão. Mas hoje, a amizade acabou por isso que ela fez. Por ter ajudado a outra.

    Disse que quando soube do ocorrido, Evandro só chorou de raiva dela por ter feito isso. Disse que Evandro nunca pensou que a irmã faria isso. No depoimento a polícia, ela disse que ele apenas tinha chorado e nada comentou.

    O Promotor de Justiça perguntou à testemunha se ela desconfiou que o marido tivesse participado do crime. Ela respondeu que não, mudando a versão dita à polícia, em 2/7. Naquela ocasião, a mulher do réu afirmou ter ficado desconfiada porque foi na mesma semana do crime.

    Alegou que os policiais disseram que se ela não confirmasse que Evandro fez o buraco ele teria pego mais cadeia. Afirmou que teve medo da polícia e vergonha do advogado.

    Edelvânia teria ido na casa deles quando já estava sendo investigada. Afirmou também que a cunhada era acostumava a trabalhar na roça e que teria condições de cavar um buraco.

    Descreveu Evandro como sendo um bom pai. Uma pessoa calma, que nunca deu um grito com um cachorro.

    Próximos passos

    Ainda restam duas audiências para ouvir testemunhas arroladas pela acusação, de um total de 25. Uma em Santa Maria, no dia 16/10, ás 16h. Outra em Santo Ângelo com data a ser marcada.

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