Caso do desaparecimento de rins no HU-UFMA ganha repercussão nacional
Ganhou repercussão nacional o caso do sumiço dos rins durante transplante no Hospital Universitário Presidente Dutra, em São Luís. A reportagem foi exibida neste domingo, 23, no programa Fantástico da Rede Globo. O promotor de justiça Herberth Figueiredo pediu durante a semana a prisão dos médicos. "Ocorreu um transplante indevido que resultou na perda de um órgão por parte do doador. Nesse caso, a lei prevê que a pena é de reclusão de 4 a 12 anos", explicou.
Segundo a reportagem, a responsável pela equipe de cirurgia do Hospital Universitário Presidente Dutra afirma que não tem responsabilidade sobre o destino do rim, a partir do momento que o órgão saiu do hospital.
"O que aconteceu com esse rim entre a família, a retirada é aqui, e apresentar a Justiça, a gente não tem como responder por isso", disse a coordenadora do Serviço de Transplante Renal do Hospital Universitário, do Maranhão, Teresa Cristina Ferreira.
Entenda o caso
Seis anos atrás, a recepcionista Jacqueline Ferreira descobriu que precisava de um transplante. Ela sofria de insuficiência renal crônica. Os rins funcionavam com apenas 10% da capacidade. Jacqueline passou a fazer sessões de diálise todos os dias.
No dia 1º de agosto de 2006, no Hospital Universitário Presidente Dutra, em São Luís, no Maranhão, o dia e o lugar que era para marcar o fim de um drama, deram início a outro.
Segundo os promotores que investigam o caso, a cirurgia era para ter durado entre 20 e 45 minutos, só que a operação demorou uma hora e seis minutos e não deu certo. O rim de Josevan foi retirado, mas não pôde ser implantado em Jacqueline.
Segundo o Ministério Público, os três médicos que participaram da operação afirmaram que, apesar dos exames feitos nos pacientes, só na hora da cirurgia descobriram que o rim do irmão não servia para resolver o problema da irmã.
Pode parecer estranho os médicos descobrirem, só na hora da cirurgia, que o órgão transplantado não serve. Na verdade, isso acontece com alguma frequência.
"A cada 20 transplantes, um pode complicar no ato cirúrgico e não dar certo. O rim precisa ser retirado", diz o diretor do Hospital do Rim e Hipertensão, de São Paulo, José Medina Pestana.
Apesar das explicações dadas pelos cirurgiões, Jacqueline e Josevan queriam mais exames. O hospital entregou amostras do rim, que foram encaminhadas então ao laboratório da Polícia Técnica da Bahia. E veio a surpresa. De acordo com o laudo, as amostras entregues pelo hospital não era do rim de Josevan.
Uma contraprova foi feita no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. Divulgado esta semana, o resultado é o mesmo: as amostras eram de outro rim.
Os irmãos estão processando o hospital e pedem R$ 1.200.000 de indenização. Jacqueline diz que não tem coragem de voltar para a fila do Cadastro Nacional de Transplantes e continua fazendo diálise. "Como eu vou confiar? Me sinto desamparada, injustiçada, tudo que você possa imaginar de ruim. É como eu me sinto".
Com informações do Fantástico.
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