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16 de Junho de 2024
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    Caso Olympio: Morto-Vivo vai completar um ano em silêncio e sem punições

    Publicado por JurisWay
    há 14 anos

    Redação 24 Horas News

    O Caso Olympio, como ficou conhecido o milionário Olympio José Alves, morto aos 86 anos em 2005, caiu no esquecimento. Em menos de um ano depois de descoberto um dos maiores golpes da história envolvendo um homem morto em São Paulo, que ressuscitou na frente do juiz Marcos José Martins de Siqueira, substituto da 3ª Vara Cívil de Várzea Grande no dia 26 de janeiro de 2010, o caso se quer é comentado pelas autoridades que supostamente seriam responsáveis pela investigação.

    Segundo algumas autoridades ligadas à área jurídica de Mato Grosso, o caso precisa ser tratado com mais agilidade, clareza e transparência, principalmente com novos rumos e novas investigações. As supostas punições aos golpistas podem sair depois que a Polícia Federal (PF) de Campo Grande (MS) desarticulou uma quadrilha semelhante a que agiu por aqui.

    A Operação Vitruviano, da Polícia Federa é resultado de investigações que tiveram início em 2008 a empresas com intensa movimentação financeira de origem injustificada, que seriam utilizadas como fachada para lavagem de dinheiro e sonegação. As investigações apuraram que entre 2002 e 2006, essas empresas teriam movimentado mais de R$ 110 milhões.

    Ainda no curso das apurações foi descoberta uma conexão com um caso amplamente já noticiado em várias reportagens envolvendo o milionário Olympio José Alves, que após morto e enterrado na capital paulista, ressuscitou para fazer um acordo para pagamento de uma dívida de mais de R$ 8 milhões. A dívida foi forjada a partir de um golpe de compra de terras feita por Olympio, cuja transação, obviamente, nunca ocorreu.

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    Vendedor de doce vira milionário

    ao representar homem já morto

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    O homem vivo que representou o homem morto é um vendedor de doces. Com sua identificação mantida em sigilo, o falso Olympio José Alves sentou junto com o advogado José Henrique Fernandes Alencastro, na frente do juiz Marcos Martins de Siqueira na sala de audiências da 3ª Vara Cívil na tarde de 26 de janeiro deste ano.

    Sentou e assinou a Ata de Audiências. A Justiça, no entanto, ainda investiga uma outra denúncia de que a audiência foi apenas simulada. O processo que sumiu misteriosamente durante um assalto, apareceu anonimamente no Tribunal de Justiça.

    A letra da Ata de Audiência das promissórias de uma falsa dívida de R$ 8.115,895,39 para a empresa fantasma Rio Pardo Agro Florestal Ltda é falsa. O representante da empresa, o empresário André Luiz Guerra usou um CPF falso para ser incluído na empresa.

    O perito Domingos Tochetto, o mesmo que trabalhou no Caso PC Farias, foi taxativo em afirmar que as assinaturas da Ata de Audiência e das promissórias são falsas. Ou seja, a letra não é a mesma do verdadeiro Olympio Alves, já morto desde 2005.

    A letra da assinatura das promissórias, segundo ainda o perito, é aproximada coma verdadeira de Olympio no caso das assinaturas das promissórias da suposta dívida de mais de R$ 8 milhões apresentadas pela empresa Rio Pardo Agro Florestal Ltda.

    Só que, a letra da assinatura da Ata de Audiência é totalmente diferente, uma falsificação grosseira. As diferenças, segundo ainda o perito Domingos Tochetto, se deva ao fator de no primeiro caso alguém tenha feito as assinaturas comparando uma letra e outra, e no segundo caso os falsificadores não tiveram a mesma cautela.

    O caso agora, junto com todas as denúncias, inclusive com o surgimento da cópia do processo que sumiu e apareceu anonimamente. Junto às declarações do falso Olympio e do advogado Henrique Alencastro, que já se apresentaram e foram ouvidos, inclusive com as denúncias de que a audiência do acordo foi apenas simulada.

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    Cheques do Caso Olympio

    foram trocados em fectoring

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    Aos poucos vão surgindo as evidências sobre o golpe aplicado contra o bilionário paulista Olympio José Alves. Primeiro foi descoberto que ele, mesmo morto sentou na frente de um juiz para liberar uma fortuna. Depois também surgiu o fato da audiência ter sido apenas simulada. Agora apareceu o homem, um vendedor de doces usado como o milionário. Sem contar que a Justiça também já sabe onde foram trocados os cheques de uma conta de espólio, que ainda por cima estava subjudice.

    Antes, a Justiça já havia tomado conhecimento que o golpe foi planejado por dois advogados que não aparecem no processo. Agora veio à tona o que pode se considerar a comprovação de quem levou o dinheiro e onde foram trocados os cheques milionários.

    Apesar de estar sendo tratado como se estivesse em segredo de Justiça, o Caso Olympio tem vazado informações para todos os lados. Pessoas que conhecem o caso não param de enviar informações através de e-mails. O mais recente conta a história do local onde os cheques foram descontados, todos de uma só vez.

    Os mais de R$ 8 milhões, possivelmente divididos em 11 cheques administrativos, foram descontados em uma fectoring localizada em Cuiabá.

    Uma fonte da Corregedoria Gerald e Justiça de Mato Grosso confirmou que o empresário dono da fectoring já foi localizado e identificado e poderá ser intimado a qualquer momento para ser ouvido em depoimento na Corregedoria de Justiça.

    A Corregedoria também investiga como o Caso Olympio correu tão velozmente. O processo protocolado e aberto no dia 12 de janeiro deste ano, mesmo com o Fórum de Várzea Grande em recesso - O Fórum entrou de recesso no dia 20 de dezembro de 2009 e voltou a trabalhar em 20 de janeiro -, tramitou em tempo recorde de apenas 14 dias.

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