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17 de Junho de 2024
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    Catarina tem posição contrária à partilha do leilão de Libra

    O deputado Catarina Paladini (PSB) abordou na sessão plenária desta terça-feira (22) a discussão sobre o leilão de Libra do pré-sal e demonstrou sua contrariedade com o formato da partilha vencida pelo consórcio formado pela Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total, e as estatais chinesas CNPC e CNOOC.

    O parlamentar defendeu a posição do diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo e ex-diretor executivo da Petrobras, responsável pela Área de Negócios de Gás e Energia, Ildo Luís Sauer, o qual abordou em um artigo que o leilão foi um erro estratégico, pois junta num mesmo consórcio interesses antagônicos. Segundo ele, os chineses, assim como os norte-americanos, representam os interesses dos consumidores. Trabalham pelo menor preço possível do petróleo. Ao Brasil, de acordo com Sauer, não interessa uma produção acelerada que contribua para derrubar os preços, como está escrito na estratégia oficial de energia dos Estados Unidos.

    Conforme o diretor, ninguém tem todo o dinheiro para bancar a exploração de Libra. As empresas Shell e Total vão ao mercado financeiro obter os recursos depois da certificação do petróleo existente em Libra, num papel que ele definiu como de “office-boy” da Petrobras. A ideia de que a presença dos chineses no consórcio protegeria o Brasil da IV Frota dos Estados Unidos é uma “piada”, de acordo com Sauer, já que os interesses de Estados Unidos e China, como grandes consumidores, são convergentes quando se trata do preço internacional do petróleo.

    Nesse sentido, Catarina ressalta que na exploração para encontrar o pré-sal a Petrobras fez todo trabalho técnico de pesquisa e na hora da partilha saiu prejudicada com apenas 40%. "Não é justo que agora, no momento mais oportuno da partilha, tenha que se fazer essa divisão", destacou ele. O parlamentar também questionou se haverá um plano de exploração da reserva de Libra, inclusive o plano de negócio para que se possa saber quando é que vai ser feita essa exploração e em que condições será feita a questão ambiental. "Por que nesse contexto de 7 mil metros de profundidade de pré-sal qual a garantia que esses países terão de que não acontecerá nenhuma tragédia ambiental? E se acontecer, de que forma equipará-la? Foi levada em consideração essa perspectiva futura? É preciso ter segurança que a tecnologia a ser utilizada garantirá que o Brasil, além dos prejuízos claros que teve no processo de venda, também não seja vítima de um desastre ambiental de proporções imprevisíveis", enfatizou o deputado.

    Catarina também destacou a posição do ex-diretor da Petrobras, quando ele menciona que ainda não dá para calcular exatamente com quanto o Brasil ficará da produção de Libra. Por volta de 60%, segundo Sauer, quando o padrão internacional para empresas estatais é de 80% (no caso da PDVSA venezuelana e da Aramco, da Arábia Saudita). E defendeu, novamente, a posição de que seria diferente se, por exemplo, o governo tivesse optado por contratar a Petrobras diretamente, o que está previsto em lei. "Isso nos preocupa, houve um crime contra o Brasil, na medida em que o país buscou sócios para partilhar o petróleo que já é nosso".

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/catarina-tem-posicao-contraria-a-partilha-do-leilao-de-libra/111974331

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