Centenas de peixes são encontrados mortos no Rio Gravataí
Uma mancha negra, às margens do Rio Gravataí, no limite entre Canoas e Porto Alegre, denuncia uma mortandade de peixes. São centenas de animais mortos e outros tantos agonizantes, à procura de oxigênio na superfície, em meio ao lixo doméstico e ao esgoto. Após imagens registradas por ZH, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) foi ao local, na tarde des terça-feira, e constatou a mortandade.
Segundo o órgão, não havia denúncias anteriores, mas os engenheiros químicos André Milanez, chefe do Serviço de Emergência, Petróleo e Petroquímico da Fepam, e Margarete Foernges, estiveram no local — que fica próximo à BR-116.
— É difícil precisar quantos peixes eram, mas podemos dizer que são centenas. De vários espécies e vários tamanhos — confirmou Vilson Trava Dutra, engenheiro químico do Serviço de Emergência da Fepam.
Além da mancha escura, misturando peixes e lixo, que se aproximava do encontro com o Rio Guaíba, o cheiro forte chama a atenção de quem passa pelo local.
— Isso é a prova de que o rio está agonizando. É a prova de que ele está pedindo socorro — descreveu um morador, que observava o rio e pediu para não ser identificado.
Segundo Dutra, a suspeita é que a falta de oxigênio possa ter causado as mortes e a dificuldade de sobrevivência dos peixes.
— Naquele ponto do Rio Gravataí, próximo à entrada do Rio Guaíba, é recorrente a ocorrência de falta de oxigênio devido a dois fatores: o arraste de esgoto após uma precipitação pluviométrica forte e o represamento do Rio Gravataí, pela mudança do sentido do fluxo do Rio Guaíba, o que causa concentração de matéria orgânica naquele ponto e grande consumo de oxigênio do rio.
Ainda conforme o engenheiro químico, o lixo que entra pelo esgoto pluvial e aquele que é jogado inadequadamente nas margens dos arroios afluentes é arrastado para o rio e também causa diminuição de oxigênio.
— São vários os fatores que evitariam esse tipo de ocorrência: tratamento de esgotos dos municípios, coleta do lixo domiciliar mais eficiente e evitar o acúmulo de lixo nas margens dos rios — sugere Dutra.
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