Chefes de facção fazem contabilidade do tráfico por celular na prisão, diz MP
Celulares são usados para controlar o faturamento de drogas em SP. Batalhão da PM monitora presídios e não percebeu uso de telefones.
Gravações feitas pelo Ministério Público de São Paulo revelam que os chefes da facção que age dentro e fora dos presídios paulistas fazem a contabilidade do tráfico de drogas através de telefones celulares. Os aparelhos são usados para controlar, por exemplo, o faturamento da compra e venda de drogas em cada região do Estado. O monitoramento da polícia não mostra como aparelhos entram nos presídios. As informações são do Fantástico.
É em uma sala dentro do batalhão da PM na região de Presidente Venceslau, interior de São Paulo, que cinco penitenciárias - onde estão os presos mais perigosos do Estado - são monitoradas 24 horas por dia.
O vigia eletrônico não perde nenhum movimento em volta da penitenciária de Presidente Venceslau, que detém os chefes da quadrilha que comanda o crime no Estado. A câmera percorre o lado de fora da muralha, a estrada que passa perto do presídio, a portaria, o pátio e até as janelas das celas, mas ela não conseguiu registrar como telefones celulares foram parar nas mãos dos detentos.
Segundo a investigação, a quadrilha vende e também compra drogas, e em grandes quantidades. Bandidos se tornaram responsáveis pelo recebimento, armazenamento e pela mistura usada para aumentar as vendas e o lucro do tráfico. Quem se associa ao bando e está fora da cadeia, paga uma mensalidade de R$ 650.
O dinheiro abastece o caixa do crime e ajuda a financiar o tráfico de drogas. Em uma conversa gravada pelo MP, os bandidos falam da distribuição, e reclamam da queda nas vendas. Durante a investigação, a polícia apreendeu quase cinco toneladas de drogas e oitenta e duas armas. Em 2011, dezenove fuzis, sete pistolas, e granadas foram descobertos num terreno em Cajamar, na Grande São Paulo.
O prejuízo com a perda do arsenal foi comunicado aos chefes da quadrilha dentro de presidente Venceslau e, de lá eles tomaram a decisão: espalhar e esconder outro arsenal de mais 32 fuzis em várias regiões do estado.
Outra conclusão da investigação: a quadrilha controla 90% das prisões de São Paulo. E também está espalhada por todo o país. São seis mil bandidos presos 1800 em liberdade.
A presença dos membros da facção é mais forte no sul e no nordeste. Mas eles também estão no norte, centro-oeste e no restante do sudeste. Os bandidos ainda ocupam postos na Bolívia e no Paraguai, num chamado plano de expansão. D...
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