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3 de Maio de 2024
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    Comunidade da Coloninha requer reativação da Escola Otília Cruz

    A luta da comunidade da Coloninha, localizada na parte continental da capital, pela reativação da Escola Professora Otília Cruz, fechada desde 2008, avançou na noite de terça-feira (23). Durante audiência pública organizada, no bairro, pela Comissão de Legislação Participativa, presidida pela deputada Angela Albino (PCdoB), o diretor de Gestão Patrimonial, da Secretaria de Estado da Administração, Pedro Roberto Abel, afirmou que há encaminhamento favorável para que o patrimônio seja cedido ao município. Segundo ele, o processo, uma vez concluído, será remetido ao governador, que enviará projeto de lei à Assembleia para efetivar a cessão.

    A escola, construída há 53 anos, é a mais antiga da região e deve ser reativada para a educação infantil. A instituição chegou a ter 1.500 alunos do ensino médio e fundamental, distribuídos em três turnos. Para o presidente da Associação de Moradores da Coloninha, Carlos Francisco Posich (Chico), a decisão de reativar a Escola Otília Cruz é uma vitória da comunidade, que reagiu indignada ao seu fechamento e às notícias de que o local seria transformado num centro de triagens de presos, depois num reformatório para meninas infratoras e por último numa escola para agentes penitenciários.

    Lúcia Helena da Silva, moradora do bairro, lembrou que a instituição foi considerada de excelência por muito tempo. De acordo com Tânia Ramos, vice-presidente da Associação de Moradores da Coloninha, a comunidade resolveu ocupar as instalações para evitar depredações. Atualmente 150 crianças e 40 adultos têm atividades rotineiras na escola. Em contrapartida, a comunidade cuida do patrimônio.

    O secretário municipal de educação, Rodolfo Pinto da Luz, disse que a luta da comunidade pela reativação da escola veio ao encontro da necessidade do município, que tem no entorno um déficit na educação infantil próximo de 400 vagas. Rodolfo aproveitou para reivindicar que o estado ajude a recuperar as escolas que cede ao município. E a comunidade pediu para Angela Albino e para o deputado Sargento Soares (PDT) convencerem seus pares a incluir no Orçamento do Estado recursos para a construção de um ginásio de esportes no terreno da escola.

    Reginaldo Gertrudes, do Instituto Nimbus de Tecnologia Social (Intecs), que atua na escola voluntariamente, afirmou que hoje são ministradas aulas de violão, dança, reforço escolar, corte e costura, futebol, bateria mirim, e passista (infantil e adulto). Reginaldo contou que alguns projetos, com sinal verde de empresas para patrocínio, ainda não saíram do papel porque não há condições de precisar até quando a comunidade utilizará o espaço da escola. Entre os projetos consta um centro de reutilização de computadores e aulas de eletricidade básica, ar condicionado e energia sustentável.

    O professor Lino Peres, do departamento de Arquitetura da UFSC, assegurou aos representantes dos governos estadual, municipal e da Assembleia Legislativa que a Universidade está comprometida com a elaboração de um “projeto para requalificar o espaço, com um ginásio de esportes e área para os projetos sociais”.

    Angela Albino, que requereu a audiência pública, afirmou que o resultado agradou a todos, mas que a mobilização não pode parar. A parlamentar pediu ao representante da Secretaria de Administração que convide a comunidade para participar da elaboração dos termos da cessão de uso do espaço, para que os projetos sociais não sejam interrompidos e continuem ocupando o tempo livre de crianças e adolescentes.

    Apesar de a audiência ter sido realizada no saguão da escola, com um lado completamente exposto à chuva fina e ao vento sul intenso, a comunidade da Coloninha acorreu em grande número, lotando completamente o espaço. Ao final, o pároco da Igreja de Santo Antônio e Santa Maria Goretti, Flávio Feller, abençoou os participantes.

    Estiveram presentes na audiência o diretor-geral da SDR da Grande Florianópolis, Flávio Bernardes; o vereador Ricardo Vieira; Sônia Fernandes e Simone Leite, da secretaria municipal de Educação; Ari Nascimento, presidente da Associação de Moradores do Estreito (AME); Flávio Souza, da Associação Amigos do Continente; Cláudia Lopes da Costa, da Associação Gente da Gente; Édio Fernandes, da Associação Amigos do Estreito; João Luis de Oliveira (Gão), da Associação de Moradores da Ponta do Leal.

    Também foram aprovados por unanimidade a manutenção dos projetos sociais desenvolvidos na escola, a previsão orçamentária para construção do ginásio de esportes, a doação de material (computadores, móveis, etc) pela Assembleia Legislativa; o apoio à federalização da FURB e ao investimento, pela União, de 10% do PIB na educação.

    Participaram da audiência, moradores da Coloninha, líderes comunitários da região, crianças e adolescentes que frequentam os projetos sociais, representantes do Sindsaúde, Sindprev, MST, Conlutas, Sindicato dos Trabalhadores Gráficos e Sindicato dos Eletricitários da Grande Florianópolis. (Vitor Santos)

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