Comunidade defende prolongamento da Av. Ipiranga até Viamão

A Comissão de Assuntos Municipais promoveu audiência pública, proposta pelo deputado Aldacir Oliboni (PT), para discutir a viabilidade da ampliação da Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, até o município de Viamão. O debate foi realizado na manhã desta terça-feira (16), na sala João Neves da Fontoura (Plenarinho).

Como encaminhamentos, o deputado sugeriu que o grupo de trabalho que já vem tratando do tema tenha uma reunião na Metroplan. “Precisamos buscar o consenso.” A partir de então, é preciso começar a negociar com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), detentora do terreno entre as duas cidades.

Oliboni acredita que é possível encontrar uma solução, reunindo a comunidade e os órgãos públicos. Para o deputado, a viabilidade passa pelo município, estado e União, que deve viabilizar financeiramente essa obra estruturante, capaz de diminuir os grandes engarrafamentos que assolam a região.

O conselheiro popular da Lomba do Pinheiro, Francisco Geovani Sousa, acredita que, atualmente, 64 mil pessoas morem nessa região da capital. Em 2011, um protesto já havia chamado a atenção do estado para o crescimento desordenado do local. Naquela época, o tempo de deslocamento até o centro de Porto Alegre era de 40 minutos e hoje é de mais de uma hora. Com os novos empreendimentos, 25 mil novos moradores devem vir para o bairro, que tem apenas quatro acessos.

Uma página na rede social Facebook defende que o prolongamento aproveite um trecho já asfaltado da Faculdade de Agronomia. Um dos responsáveis pela campanha, Jessé Sangalli, esteve na audiência para falar sobre essa ligação. O presidente da Associação Jardim Universitário acredita que os danos ambientais seriam mínimos. “Queremos um contraproposta da UFRGS”.

O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Capelari, diz que há grande interesse do município de Porto Alegre de que haja uma solução para o tráfego na região.

“Soluções existem”, defendeu a representante da Secretaria de Obras de Porto Alegre, Marcia Dias. E, segundo a técnica, ela passa por uma negociação com a UFRGS. “A obra traria melhoria e conforto para toda a população".

A cidade tem que decidir

A Metroplan já destinou recursos para um estudo de impacto ambiental e projetos que revelariam o custo das intervenções. O diretor-superintendente do órgão, Oscar Gilberto Escher, defende uma intervenção contundente, capaz de uma solução metropolitana e não apenas local. “Não vai ser imposição técnica, a população vai ter que decidir”, disse. Ele afirma que a Universidade sinaliza com um outro traçado. Destaca, no entanto, que nada impede que duas vias sejam viabilizadas, uma ao sul e outra ao norte do campus.

O deputado Cassiá Carpes (SDD) defendeu uma solução possível dentre as alternativas existentes. Já o deputado Edegar Pretto (PT) afirmou que está junto na luta pelo acesso, que deve contar com o apoio dos deputados estaduais e da bancada federal.

“Empreendedores, moradores, cidade e poder público devem ficar satisfeitos”, disse o arquiteto da Secretaria de Mobilidade Urbana, João Marcelo Carpena Osório. Ele afirmou que as pessoas não devem se assustar com a possibilidade de uma intervenção maior. “Não inviabiliza as soluções menores”, declarou. Outra preocupação do arquiteto é com as questões ambientais. “Vamos tentar garantir que isso esteja na pauta de decisões”.

Também participaram do debate, os vereadores de Viamão Serginho Kumpfer e Eliseu Ridi.