Conselheiro indígena da OAB-MS denuncia intolerância religiosa em MS
Campo Grande (MS) - A intolerância religiosa que há décadas atinge nossas aldeias continua hoje massacrando a cultura indígena em Mato Grosso do Sul, denunciou nesta sexta-feira (25) o advogado indigenista e conselheiro seccional da OAB-MS Marcus Antônio Ruiz, também conhecido pelo nome indígena Karaí Mbaretê, ao pedir palavra livre na abertura da sessão ordinária do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul.Quantas vezes vimos nossas casas de oração serem queimadas a mando de pastores e diáconos com uma Bíblia na mão dizendo trazer a mensagem divina, afirmou.
Marcus Antônio Ruiz destacou o discurso em prol das nações indígenas feito pelo presidente da OAB-MS na Câmara dos Vereadores de Campo Grande neste mês, quando foi homenageado pelo Legislativo na sessão comemorativa ao Dia do Índio, pela luta em defesa das causas indígenas. Quando um representatante da sociedade sai em defesa pública dos nossos povos, crio coragem para, neste momento, vir tocar numa das feridas que a sociedade insiste em esconder, disse Karaí Mbaretê, citando a discriminação religiosa.
Conforme o conselheiro, evangelizadores cristãos demonizam o canto e as crenças indígenas porque consideram que é do demônio tudo aquilo o que não conseguem entender. Mas isso não é verdade. Nossas crenças no grande criador Naande Rú Guaçu é mais antiga que a crença no Cristo e devemos ser todos irmãos, como filhos que somos da mãe terra, desabafou. Ao término de seu discurso, Marcus Antônio Ruiz entregou ao presidente Fábio Trad uma pintura facial em couro. O couro é de cabrito, o Ibama não poderá nos perseguir, frisou. Em seguida, apresentou o indígena Guirá Jhú, da tribo Caiuá de Dourados, que fez uma oração índia no plenário da OAB-MS.
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