CRÉDITO BANCÁRIO SOBE 19% EM 2011 E ATINGE MARCA INÉDITA DE R$ 2 TRILHÕES
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, essa desaceleração do crédito se deve, basicamente, à menor busca por crédito pelas pessoas físicas, aos menores desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a um ritmo menor de expansão do crédito imobiliário.
"O ritmo menor do crédito para pessoa física é explicado pela desaceleração do crédito consignado, que havia crescido 36% em 2010, e que registrou expansão de 16% no ano passado. E, com o mesmo nível de relevância, para aquisição de veículos, que havia subido 49% em 2010, e que avançou 23% no ano passado. Isso se deve às medidas macroprudenciais [aumento do compulsório no fim de 2010 e das exigências de capital dos bancos para estes empréstimos], assim como o aumento dos juros básicos da economia no primeiro semestre do ano passado", disse Maciel, do BC.
Crédito livre e direcionado
Em 2011, segundo o Banco Central, o chamado crédito com recursos livres (excluindo habitação, BNDES e rural) registrou crescimento de 16,8%, contra uma expansão de 16,6% no ano anterior, mantendo o ritmo de crescimento.
Ao decompor o crédito livre, os números mostram desaceleração no ritmo de crescimento dos empréstimos buscados por pessoas físicas, que subiu 16,4% em 2011, contra uma expansão de 19,2% em 2010. Os dados da autoridade monetária mostram que o crédito para as empresas avançou 17,1% em 2011, com aceleração frente ao patamar de 2010 (14,7% de expansão).
No caso do chamado "crédito direcionado" (rural, habitação e BNDES), o BC informou que houve uma perda de ritmo em 2011, quando foi registrado um crescimento de 23,2%, contra uma elevação de 28,3% em 2010. Uma das razões são os menores empréstimos do BNDES, cuja taxa de crescimento somou 18% em 2011, contra 26% no ano anterior, assim como o crédito habitacional, cuja expansão somou 42% em 2011, em comparação com 50% em 2010.
Expectativa para 2012
Para este ano, a expectativa do Banco Central é de uma nova desaceleração no ritmo de crescimento do crédito bancário. Mesmo com os juros básicos da economia em queda desde agosto do ano passado, o BC prevê um crescimento menor do crédito neste ano, da ordem de 15%. Na participação do PIB, a previsão é de atingir 51% em dezembro de 2012.
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