Cristiano Maronna: "Se os mais ricos têm a possibilidade de evadir tributos, todos nós perdemos"
O Justificando Entrevista desta semana recebe o Doutor em Direito Penal e Advogado Cristiano Maronna para uma conversa sobre a polêmica que envolve os Panamá Papers, material divulgado mundialmente na última semana sobre contas em paraísos fiscais mantidas por milionários e autoridades dos mais variados países.
A entrevista aborda, em primeiro lugar, o básico para você entender do que se trata esse escândalo mundial: o que são os Panamá Papers? O que é uma offshore? Maronna explica didaticamente porque essas questões estão intrinsecamente relacionadas com questões maiores, como, por exemplo, o que isso significa para o debate acerca de paraísos fiscais e a transparência econômica das empresas e bancos.
Segundo o jurista, ficou comprovado que o caminho do dinheiro do terrorismo é o mesmo do utilizado por grandes empresas transnacionais para se esquivarem de pagamento de tributos, enfraquecendo o Estado e o poder dele adimplir com programas sociais. "A falta de transparência fiscal debilita os Estados Nacionais. Isso torna muito difícil para os estados financiar a concretização de direitos sociais e acentua a desigualdade entre ricos e pobres" - afirmou.
Por isso, a entrevista também aborda o que isso representa para o debate acerca da Reforma Tributária brasileira. Curioso que, no Brasil, há uma massiva campanha publicitária para envolvidos no Panamá Papers pagarem menos impostos - "não vou pagar o pato" - protagonizada pela FIESP, cujo filho de seu presidente também está na lista de titulares de contas em paraísos fiscais. Outra beneficiada pela lista é a Rede Globo, por meio de seus diretores, o que explicaria a razão pela qual não se ouve muito falar nesse escândalo na hora do jornal. "Quem tem mais, tem que ser mais tributado" - defende o jurista.
"Se os mais ricos têm a possibilidade de evadir tributos, deixar de pagar tributos, todos nós perdemos" - conclui. .
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