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17 de Junho de 2024
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    Cuidadoras de cães e gatos se sacrificam para manter animais

    Toda manhã, logo que acorda, a aposentada Júlia Fernandes, moradora da Zona Norte de Sorocaba (SP), já se dedica aos cuidados com os seus cães e gatos: limpa o local em que eles ficam, coloca ração e troca a água. Mas, diferentemente da maioria das pessoas que possuem bichinhos em casa, este trabalho requer mais dedicação e até a ajuda de outras pessoas. Afinal, Júlia cuida de cerca de 200 cães e gatos que foram recolhidos da rua em situação de abandono ou até mesmo deixados em frente a sua casa.

    “Não é que eu seja uma colecionadora de animais, mas é difícil ver um animal abandonado na rua, muitas vezes doente, e não fazer nada. Daí eu recolho, trato deles, mas não consigo ninguém para adotá-los depois e, por isso, eles acabam ficando comigo”, diz a aposentada que, atualmente, parou de resgatar animais da rua por não ter mais condições físicas, até por conta da idade, e, principalmente, financeira.

    Para manter os cães e gatos em sua casa, Júlia precisou abdicar de si própria, deixando de lado qualquer vaidade e dedicando 100% do seu tempo e dinheiro aos seus “filhos”, como ela os chama. O dinheiro de sua aposentaria vai todo para arcar com os gastos da manutenção de seu “abrigo”, porém não é suficiente e ela precisa contar com a colaboração de voluntários. Afinal, além dos gastos com a ração, ela ainda precisar arcar com os custos de atendimentos veterinários, medicamentos e a conta de água, que chega a R$ 500 por mês.

    "Eu gasto cerca de R$ 5 mil por mês só de ração. Este dinheiro vem das doações, mas eu ainda preciso correr atrás para pagar os outros gastos. Eu tenho animais que fazem tratamento médico, por causa de doenças como câncer, e eu chego a gastar R$ 240 em uma caixa de remédio. Pra isso, acabo fazendo alguns bazares e contando com a colaboração de pessoas que sensibilizam com a minha causa”, desabafa.

    Se não bastasse toda a dedicação e dinheiro que Júlia oferece aos seus bichinhos, ela ainda precisou se endividar no banco, fazendo empréstimos consignados. “Se você olhar a minha conta bancária vai ver que eu estou pagando uns sete empréstimos, que já são descontados assim que a minha aposentadoria cai todo mês. E só sobra R$210, que eu também uso para pagar as outras despesas com os meus animais. Afinal todos aqui são vermifugados, vacinados e castrados”.

    Questionada se tanto esforço e trabalho compensa, Júlia não hesita em falar. “E como. Eles [os seus cães e gatos] me mostram isso a cada lambida, quando estão do meu lado, me fazendo feliz”, ressalta a aposentada que garante que, se tivesse mais ajuda financeira e também de mão de obra no trato diário, com certeza recolheria mais animais que são encontrados abandonados pelas ruas.

    O mesmo amor pelos animais têm Dirma Leite, que chegou a abandonar o emprego, há sete anos, como auxiliar administrativa para se dedicar integralmente aos seus bichinhos. Com um espaço mais amplo, por morar em uma chácara na zona rural de Sorocaba, ela abriga atualmente cerca de 400 animais, entre cães e gatos. Número que vem aumentando a cada dia, já que ela costuma resgatar animais pelas ruas da cidade e, ainda, muitos chegam a ser deixados no portão de sua casa.

    Com tantos animais, os gastos com a manutenção chegam a R$ 15 mil por mês, tonalizando quase duas toneladas de ração no período. Para arcar com este custo, Dirma usa integralmente a sua aposentadoria e a pensão que recebe por ser viúva, mas, como acontece com Júlia, a quantia não é suficiente. “Eu conto daí com a ajuda de voluntários, algumas que me ajudam apenas financeiramente e outras que já veem aqui na chácara para me ajudar a limpar os canis e alimentar os animais. Só que mesmo assim eu ainda preciso fazer algumas rifas, bazares, para pode pagar a conta no final do mês, que não é fácil”.

    Além dos gastos com alimentação, veterinário e medicação, Dirma ainda construiu em sua chácara cerca de 20 canis, onde ela separa os cães e gatos conforme a índole de cada e o porte físico. “Assim que eles chegam já passam por atendimento veterinário e depois eu os deixo sozinho por um tempo, para avaliar em qual grupo vão se encaixar melhor, para evitar que ele fique estressado e os outros animais também”, explica a aposentada. Com o tempo, os canis precisam de manutenção, o que acaba gerando mais custos.

    E como acontece com Júlia, Dirma garante que tanto esforço vale à pena."Eu amo meus animais, mas eu faço isso não só por amor, mas por respeito a eles, que acabam sendo judiados por pessoas mal-intencionadas. Se cada um fizesse a sua parte, que nem precisa ser como eu, só de cuidar bem do único bichinho que tem, não veríamos tantos animais abandonados e sofrendo pelas ruas da cidade", finaliza.

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