Da Vitória pede a Rodney que renuncie ao cargo de secretário
O deputado Da Vitória (PDT) pediu ao secretário de Segurança Pública, Rodney Rocha Miranda, que renuncie ao cargo para encerrar a grave crise institucional por que passa a segurança pública do Espírito Santo. O parlamentar fez um pronunciamento em defesa da Polícia Militar na sessão ordinária desta terça-feira (10).
Os coronéis da PM, e as associações representativas dos oficiais, subtenentes e sargentos, cabos e soldados e dos militares da reserva se insurgiram contra o secretário após a publicação do livro Espírito Santo, que relata de forma romanceada o assassinato, em 2003, do juiz Alexandre Martins de Castro Filho.
Trechos da obra, escrita pelo secretário Rodney, o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos e o ex-secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, foram considerados ofensivos à imagem da corporação, a quem os autores chamaram de aliada do atraso.
Da tribuna do Plenário, Da Vitória ressaltou que a crise está na Secretaria de Estado da Segurança, não na PM. Disse que, primeiro os coronéis e, agora, também os praças, apenas não aceitaram a generalização promovida pelo secretário. Desmoraliza a todos: acusados, não acusados, eventuais culpados e, sobretudo, os inocentes, destacou.
Da Vitória lamentou que, apesar do apoio e dos recursos que a pasta vem recebendo do governador Paulo Hartung (PMDB), não tem apresentado resultados satisfatórios no combate à criminalidade: Foram e continuam sendo muito aquém do esperado e do prometido.
Coronéis da PM e presidentes de associações representativas dos militares ouviram o pronunciamento do deputado da ante-sala do Plenário, e alguns se exaltaram em apoio quando Da Vitória sugeriu a renúncia de Rodney.
Já que o governador Paulo Hartung pediu para a gente não colocar a faca no pescoço dele, os coronéis estão pedindo que o secretário Rodney renuncie, explicou o coronel da reserva Carlos Augusto de Oliveira Ribeiro, presidente da Associação dos Militares da Reserva, reformados, da Ativa da PM e do Corpo de Bombeiros Militar (Aspomires).
Irresponsáveis
A deputada Aparecida Denadai (PDT) foi primeiro à ante-sala para expressar seu apoio ao movimento dos militares. Após, fez um pronunciamento da tribuna e classificou os trechos considerados ofensivos do livro Espírito Santo como irresponsáveis.
Aparecida Denadai admitiu que não leu a obra, que conheceu trechos através da imprensa. Lembrou que teve um irmão assassinado, crime atribuído a um policial militar, acrescentando que a própria PM auxiliou nas investigações que resultaram no esclarecimento do homicídio.
Há homens honrados na Polícia Militar, assegurou. E continuou: Temos batatas podres no Poder Judiciário, no Ministério Público, na Assembleia Legislativa. Poderíamos generalizar e dizer que todos são iguais? Seria uma falta de respeito com os homens de bem.
A parlamentar destacou, ainda, que há dois deputados estaduais - Da Vitória e Sargento Valter (PSB) - e um deputado federal, capitão Assumpção (PSB), todos saídos da Polícia Militar. Disse também que há militares nas igrejas, como o coronel Júlio César Costa, da Maranata.
Não posso concordar com isso, prosseguiu, referindo-se à maneira como a PM foi retratada na obra do secretário Rodney. E destacou que vem cobrando ações efetivas da segurança desde o início de seu mandato. Ao fim do pronunciamento, foi aplaudida pelos militares.
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