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17 de Junho de 2024
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    Debatedores apontam aumento de crimes de intolerância na campanha eleitoral

    Publicado por Câmara dos Deputados
    há 6 anos

    Participantes de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados apontaram aumento de crimes motivados por intolerância política durante a campanha eleitoral.

    A constatação foi que os problemas se concentraram na internet. Thiago Tavares, da ONG Safernet, apresentou um panorama sobre crimes no mundo virtual. De 16 de agosto a 28 de outubro, data do segundo turno das eleições, houve cerca de 39 mil denúncias. Comparando-se os dois turnos, só não houve aumento nas ocorrências relacionadas a pornografia infantil e a tráfico de pessoas.

    "Todas as outras categorias, que são conteúdos que estão relacionados a ódio, preconceito, discriminação, intolerância, negação das diferenças, eliminação da diferença, e esse discurso violento, tiveram aumentos superiores a 100%”, disse.

    Para a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, a reforma eleitoral pode ter colaborado para a transferência das discussões políticas para a internet, um ambiente que, segundo ela, torna o" outro "invisível.

    " Essa higienização do debate eleitoral, em que você não pode fazer comício, showmício, distribuição de santinho, em que tudo é muito controlado, ela tirou do espaço das ruas, que é o espaço vocacionado ao debate, pra um espaço ingovernável, onde tudo podia ser dito ", disse ela.

    Legitimação do discurso de ódio
    Os debatedores afirmaram que, muitas vezes, os discursos de ódio são feitos pelas lideranças políticas, o que legitimaria os crimes motivados por intolerância. Também lembraram os 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, comemorados em 2018 e os compromissos internacionais do Brasil em relação ao tema. O deputado Luiz Couto (PT-PB), que propôs a audiência pública, reiterou a necessidade de esforços para impedir que, passadas as eleições, as violações de direitos humanos continuem.

    "Individualmente, não conseguiremos nada, temos que juntar todas as forças. As esquerdas, as pessoas ligadas à luta progressista têm que juntar forças no sentido de dizer: nós não aceitamos retrocesso".

    O deputado Luiz Couto, que é o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos, informou que vai enviar um relatório sobre os crimes motivados por intolerância política para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e para a Organização das Nações Unidas (ONU).

    Reportagem - Cláudio Ferreira
    Edição – Wilson Silveira

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