Decretada prisão preventiva de assaltantes do DF

Em audiência de custódia realizada hoje (25), o juiz de plantão, Paulo Henrique Pereira, converteu em preventiva a prisão em flagrante dos homens acusados de invadirem uma agência bancária na madrugada de ontem, em Campo Grande.

Os suspeitos, três jovens de 19, 21 e 22 anos, moram no Distrito Federal e foram contratados em Brasília por um homem que já teria cumprido pena em Campo Grande. Segundo informado por um deles, seriam pagas as quantias de R$ 200 mil a dois dos integrantes e de R$ 5 mil ao que teria a função de apenas vigiar do lado de fora da agência. Eles também receberam a informação de que haveria R$ 2.5 milhões nos caixas eletrônicos a serem furtados.

A organização do crime foi feita toda por telefone, via grupo criado em aplicativo de mensagens. Faziam parte desse grupo mais dois integrantes, que os custodiados afirmaram nunca terem visto e que lhes passaram inúmeras informações sobre a agência, inclusive a planta do prédio, fotos do interior do banco e o procedimento necessário para burlar o sistema de vigilância, com indicação de quais fios deveriam ser cortados para evitar o acionamento do alarme.

Com o crime todo arquitetado, os suspeitos deixaram Brasília de ônibus na quinta-feira (21), tendo chegado em Campo Grande somente no dia seguinte. Suas passagens e estadia em um hotel próximo da rodoviária foram pagas pelos mandantes, bem como o valor de R$ 500 para cobrir eventuais despesas. Nesse mesmo dia, um carro foi deixado para eles nas cercanias do hotel com todo o material necessário para a realização do delito, como esmerilhadeira, pé de cabra, serra, marreta, talhadeira, furadeira, luvas e cordas.

Os assaltantes então receberam a instrução de dirigirem-se até uma residência no bairro Caiçara, onde confeccionariam uma manta com lona e papel-alumínio para não serem identificados pelos sensores de segurança do banco. Embora não tenham visto o proprietário do imóvel, eles souberam que o mesmo recebeu a quantia de R$ 500 para cedê-lo e que tinha conhecimento do que seria feito no local.

Já no final da noite de sábado (22), o grupo foi até a agência, localizada na Avenida Zahran, na região do bairro Antônio Vendas, e deixou o veículo estacionado em uma rua próxima. Eles seguiram a pé até o muro atrás do prédio, cortaram os fios da cerca elétrica e invadiram o local. Enquanto dois ingressaram no banco, o terceiro permaneceu no lado de fora, como vigia. Um deles subiu no telhado e, após retirar algumas telhas, adentrou na laje. Contudo, enquanto filmava o interior da agência para repassar as imagens para os mandantes, que orientavam o tempo inteiro o assalto, acabou por pisar em um fio da laje, momento em que o alarme disparou.

O trio tentou fugir, mas uma viatura da polícia que fazia ronda na região ouviu o alarme da agência bancária e foi até o local, encontrando-os ainda no pátio do prédio. Os três foram presos em flagrante e autuados pelos crimes de associação criminosa e de tentativa de furto qualificado pela escalada e rompimento de obstáculos. A um deles também foi imputado o crime de falsa identidade por ter se identificado para os policiais como sendo o irmão adolescente, na tentativa de livrar-se das penalidades da lei.

Na audiência de custódia desta manhã, o Ministério Público manifestou-se pela conversão do flagrante em prisão preventiva, haja vista os custodiados não residirem em Campo Grande, além da possível participação de outros autores, de maneira que a liberdade dos custodiados poderia prejudicar o andamento tanto das investigações, quanto da instrução penal. A defesa, por sua vez, pugnou pela liberdade provisória, mediante cumprimento de medidas cautelares.

Em sua decisão, o magistrado plantonista julgou pela manutenção da prisão, com a conversão do flagrante em prisão preventiva. O juiz ressaltou ser a medida o meio necessário encontrado para garantir a ordem pública e também a aplicação da lei penal.