Defensoria garante medicamento para portadores de esclerose múltipla
Wesllen Rodrigues tem apenas 16 anos e é portador de esclerose múltipla. Preocupado com a falta do medicamento "Rebif", utilizado para minimizar os sintomas da doença, ele procurou o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública para ajudar em sua situação. Há seis meses, o remédio não era encontrado no Hospital Manoel Victorino, único ponto de distribuição da substância em Salvador.
Motivado pela denúncia, a Especializada em Direitos Humanos encaminhou ofícios ao hospital e à diretoria farmacêutica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, solicitando informações e recomendando providências. Como resposta, obteve a regularização do fornecimento do remédio, que recomeçou na semana passada.
"Graças à atuação da Defensoria, tenho agora um problema a menos com que me preocupar. Ser portador desta doença já é complicado e ter que lutar para conseguir um medicamento torna tudo ainda mais doloroso, pois são poucas as pessoas que têm condições de pagar 6000 reais para adquirir este remédio" , desabafa Wesllen.
De acordo com o defensor Marcelo Rodrigues, "uma intervenção como esta apresenta grande relevância, pois trata de violação de direitos fundamentais de grupos socialmente vulneráveis. Além disso, promove a solução extrajudicial de conflitos", pontua.
A esclerose múltipla ataca o sistema nervoso central, uma vez que o sistema imunológico do portador da doença não reconhece a mielina - espécie de capa protetora dos nervos - como parte do organismo. Quando a mielina é atacada, o nervo que estava sendo coberto perde a função. O paciente de esclerose múltipla pode sofrer com a perda da visão, de equilíbrio e da agilidade na locomoção, por exemplo. A doença se manifesta por meio de surtos dos quais as pessoas podem se recuperar total ou parcialmente (o que é mais comum). Os indivíduos acometidos pela esclerose são, na maioria, os jovens. Os portadores já nascem geneticamente pré-dispostos a desenvolver a doença, que não tem cura. Caso faça o acompanhamento médico e o uso correto da medicação, o paciente pode levar uma vida normal.
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