Defesa dos réus do Carandiru diz que acusação é genérica
Advogada Ieda Ribeiro de Souza falou neste sábado (20) aos jurados. 'Falta ao Ministério Público a individualização de conduta', criticou.
A advogada Ieda Ribeiro de Souza, que representa os 26 réus do Carandiru julgados no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, pediu a absolvição dos policiais e alegou que as acusações contra eles são "genéricas".
"Resta à Promotoria uma acusação genérica, a comoção social, livros que foram baseados única e exclusivamente na opinião dos detentos", disse a advogada durante as duas horas de debate.
A defesa se baseou em três focos: não há detalhamento sobre o que cada policial teria feito exatamente, eles estavam cumprindo ordens e agiram em legítima defesa. "Falta ao Ministério Público a individualização de conduta de cada um desses homens [réus]. Da forma como foi feita a denúncia, cada policial vai responder pelas 15 mortes, o que me faz crer que cada preso morreu 15 vezes", argumentou.
Outra estratégia da defesa foi desconstruir o depoimento do diretor de disciplina da Carandiru Moacir dos Santos, que afirmou que nunca viu uma arma de fogo no período em que trabalhou lá. "Assumir publicamente que entravam armas na Casa de Detenção era assumir que o sistema penitenciário já era falido, era assumir a própria incompetência", disse Ieda.
Ela também desqualificou o testemunho do perito Osvaldo Negrini Neto, que atesta em laudo ter vistoriado somente o térreo do Carandiru no dia do massacre e, depois, retornado no dia 9 de novembro. "Como ele pode dizer que os presos foram mortos no interior das celas se só esteve no segundo pavimento um mês depois?", questiona.
A acusação fará uso da réplica e a defesa pode voltar a falar. Em seguida, os jurados se reúnem para decidir se os réus são culpados ou inocentes, o que deve ocorrer ainda hoje.
Acusação
O promotor Fernando Pereira pediu a absvolvição de 3 dos 26 policiais militares acusados pela morte de 15 detentos. Pereira pediu que os jurados absolvam Maurício Marchese Rodrigues, Eduardo Espósito e Roberto Alberto da Silva. "O Ministério Público não está aqui para pegar todo mundo de roldão, para fazer papelão", disse o promotor Fernando Pereira. Segundo ele, apesar da denúncia de acusação ser coletiva, é preciso analisar os casos separadamente.
O promotor explicou que Marchese e Espósito, que eram tenentes à época, pertenciam à tropa do canil. Apesar de os dois estarem portando fuzis e dispararem contra a segunda barricad...
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