Desembargador debate igualdade racial no Ceará
Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, lembrado nesta terça-feira (20), o desembargador Willian Silva, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), está em Fortaleza, Ceará, onde participa como palestrante convidado do evento “Consciência é Todo Dia: Seminário sobre Igualdade Racial”. Willian Silva foi o primeiro negro capixaba a assumir uma vaga na Corte do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
O evento, realizado pela Secretaria da Igualdade Racial da Fenadados, pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Estado e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares (Sindpd - CE) tem como objetivo fomentar a implantação de políticas públicas de igualdade racial, a melhoria da qualidade de vida e trabalho.
“Na realidade, esse encontro existiu para se discutir as questões para afirmação do negro na sociedade e no mercado de trabalho”, afirmou o desembargador Willian Silva, que ainda pontuou que a desigualdade racial é refletida até os dias atuais.
“Em minha palestra abordei que o país deve muito aos negros. Sofremos a desigualdade desde que os negros foram lançados em uma sociedade sem trabalho para eles. As desigualdades continuam, somos a maioria de analfabetos e nos presídios. Tudo isso é um reflexo da falta de educação, de saúde, de emprego, a que fomos submetidos”, disse.
Durante o seminário o magistrado abordou o tema "As políticas de promoção de igualdade racial e a criação e aplicação de Leis que incentivem a igualdade”, na manhã desta terça-feira.
O dia 20 de novembro foi escolhido como Dia da Consciência Negra porque é a data de morte de Zumbi dos Palmares, líder da resistência contra a escravidão e do quilombo de Palmares, abrigo dos que conseguiam fugir dos senhores de terra.
Estatística
Dados do Governo Federal apontam que, dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos, somente 20% são negros. Quando relacionado ao índice de escolaridade, também apenas 20% dos estudantes de pós-graduação em todo o país são afrodescendentes.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a probabilidade de uma criança de cor branca chegar ao ensino superior é três vezes maior que uma de pelé negra.
Levantamento do Ministério da Justiça apontou que maioria da população carcerária, de aproximadamente 500 mil presos, possui baixa renda, baixa escolaridade, é jovem e de origem negra.
Assessoria de Comunicação do TJES
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