Dez anos depois do maior roubo a banco da história do Brasil
O maior roubo a banco da história do Brasil completa dez anos amanhã (05) e ainda rende histórias. Na última década, 133 pessoas foram denunciadas sob suspeita de integrar o bando que surrupiou do cofre do Banco Central, no centro de Fortaleza, R$ 164,8 milhões em cédulas de R$ 50.
Para a ação, os ladrões alugaram uma casa onde montaram uma falsa empresa de grama sintética. A construção do túnel levou três meses. Do total de denunciados, 94 pessoas foram condenadas, 30 permanecem presas e cinco estão foragidas. Ainda serão julgados 26 réus.
Corrigido, o montante equivaleria hoje a R$ 286 milhões. A Justiça Federal no Ceará estima que de R$ 30 milhões a R$ 60 milhões tenham sido recuperados – mas não sabe o valor exato (que estranho, né?).
A polícia pondera que só foi possível reaver essa quantia devido à dificuldade de rastrear as notas furtadas e pela grande quantidade de criminosos de diversos Estados envolvidos no assalto. Parte do valor foi recuperada por meio de leilão de bens imóveis apreendidos. Também foram leiloados 114 veículos e cabeças de gado.
As apurações policiais mostraram que vários dos assaltantes eram integrantes da facção criminosa PCC.
Para Roger Franchini, ex-investigador de polícia que escreveu "Toupeira - A História do Assalto ao Banco Central" (2011), o furto está ligado aos ataques do PCC em São Paulo, em 2006. Segundo ele, policiais corruptos que achacavam bandidos começaram a pedir valores mais altos, pois sabiam que a facção tinha dinheiro.
O ex-delegado Antonio Celso dos Santos – que comandou as investigações – afirma que "quase todos os membros das quadrilhas que se juntaram para praticar o furto disseram que foram vítimas de extorsões praticadas por indivíduos se dizendo policiais".
Relatório da ONG Justiça Global em parceria com a Clínica de Direitos Humanos da Universidade Harvard, dos EUA, defende a tese de que os ataques foram motivados pelos achaques.
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