Diretores do IPE anunciam medidas para qualificar atendimento médico e hospitalar
Audiência foi proposta pela deputada Maria Helena Sartori A Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pela deputada Marisa Formolo (PT), realizou audiência pública nesta quarta-feira (5) para debater a atuação do IPE-Saúde no estado. O encontro, proposto pela deputada Maria Helena Sartori (PMDB), ocorreu no Espaço de Convergência Deputado Adão Pretto e contou com as presenças do presidente e do diretor de saúde do instituto, Valter Morigi e Cláudio Ribeiro, respectivamente, que depois de ouvirem as exposições de representantes dos usuários, servidores e prestadores de serviços, esclareceram dúvidas e informaram medidas que devem ser adotadas para qualificar o atendimento.
Segundo a deputada Maria Helena, os maiores problemas apontados pelos usuários do plano são a falta de especialistas no interior do estado, o número de consultas disponibilizadas e demora na realização de exames e nas internações hospitalares. Sobre isto, Morigi informou que até o final do ano deve ser implantado um novo sistema de agendamento eletrônico de consultas, exames e internações, o que deve reduzir as dificuldades, pois o usuário saberá quantas consultas são ofertadas por cada profissional, clínica e laboratório, quantas já foram utilizadas e quantas ainda restam, da mesma forma em relação aos leitos disponíveis em cada hospital conveniado. O presidente do IPE também destacou que, desde que foi efetuado um recadastramento dos profissionais, o sistema informa quais os especialistas cadastrados em um raio de 100 quilômetros. Se um segurado que mora em Agudo, por exemplo, precisa de um neurocirugião, e não há nenhum médico com esta especialidade na sua cidade, ele é informado onde está o neurocirurgião mais próximo, apontou o presidente.
Representando o Sindicato Médico do RS (SIMERS), Jorge Eltz ressaltou que os problemas na saúde no estado não se restringem ao IPE, mas sobrecarregam o instituto. Entre 1999 e 2010, o Rio Grande do Sul perdeu 12 mil leitos do SUS - Sistema Único de Saúde, pois há insatisfação em relação à remuneração do SUS. A sociedade precisa pressionar os governos a investir mais em saúde, pois sem financiamento e gerenciamento adequados não vamos conseguir superar os gargalos de atendimento, defendeu o dirigente, que pediu o engajamento dos parlamentares na luta pela aprovação da regulamentação da emenda 29 no Senado. A proposta, que fixa o percentual mínimo que União, estados e municípios devem aplicar na saúde foi aprovada pela Câmara Federal dia 21 de setembro último.
Plano Odontológico
Conforme o diretor de saúde do IPE, a oferta de atendimento odontológico aos segurados é uma das prioridades do instituto a curto prazo. Cláudio Ribeiro revelou que a proposta já está formatada e foi encaminhada para análise do conselho deliberativo do órgão. Será um serviço facultativo, que deve custar cerca de R$ 20,00 ao usuário, apontou.
Para ele, outras especialidades, como fisioterapia, nutrição e psicologia, devem ser incorporadas pelo instituto como parte do trabalho de fidelizar o segurado. O IPE, mesmo com todos os problemas que enfrentamos, é um exemplo único para o país. Temos um milhão de segurados e pagamos, mensalmente, 300 mil consultas, 800 mil exames e 12 mil internações. Regularizamos os pagamentos aos prestadores de serviços e reajustamos a tabela de procedimentos. Hoje, um médico credenciado ganha R$ 47,00 por consulta, o que ainda é pouco, mas já se aproxima do estabelecido como ético pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Entendo que o caminho para um IPE forte e de qualidade é longo, mas estamos percorrendo este meio, avaliou.
Encaminhamentos
Ao sintetizar os assuntos debatidos na audiência, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Marisa Formolo, fez os seguintes encaminhamentos:
- Para facilitar reclamações, divulgar o número da ouvidoria do IPE e o endereço eletrônico do instituto em agências do Banrisul e contracheques;
- Novo debate sobre adoção do Plano Odontológico;
- Acompanhamento do trabalho da Procergs de implantação da central eletrônica de leitos, consultas e exames;
- Discussão sobre necessidade da reorganização administrativa do IPE e realização de concurso público;
- Novo debate sobre o atendimento no interior do estado.
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