DPE-TO participa de Monitoramento da Violência Contra as Mulheres no Estado
O Mapa da Violência de 2015 traz dados alarmantes acerca do elevado índice de homicídio de mulheres e do protagonismo da capital de Palmas no ranking da elevação da taxa de feminicídio/homicídio de mulheres a cada 100 mil mulheres, e a elevação em mais de 1000% a quantidade de homicídios em Palmas entre 2006 e 2013.
Para tentar encontrar soluções para reduzir tais índices e sanar dúvidas acerca dos problemas que provocam a violência contra a mulher, aconteceu na terça-feira, 24, o VI Monitoramento da Violência Contra as Mulheres no Estado do Tocantins, na sede do CDHP – Centro de Direitos Humanos de Palmas, com a participação da coordenadora do Nudem – Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, a defensora pública Vanda Sueli. O Monitoramento é protagonizado pelo Fórum de Articulação das Mulheres Tocantinenses, CDHP, e pelos movimentos sociais parceiros na luta contra a violência à mulher, com apoio da DPE-TO – Defensoria Pública do Estado do Tocantins.
Além da DPE-TO, participaram do Monitoramento a delegada da Mulher Maria Haydee Guimar, representante do CDHP, Silvia Patrícia, representantes de profissionais da área da Saúde e Educação, e jornalistas.
De acordo com a coordenadora pedagógica da Casa 8 de Março e uma das organizadoras da atividade, Bernadete Aparecida Ferreira, o primeiro Monitoramento foi realizado no ano de 2002, e cada dois anos, pelo menos, realiza-se um monitoramento da violência contras mulheres. “Necessitamos fazer a atualização e acompanhamento dos dados relacionados à violência contra mulher que vêm dos Órgãos Públicos e das Unidades básicas de Saúde e de Seguridade Social. Conferir nossas forças e fraquezas enquanto rede de proteção e garantia de direitos das mulheres na luta contra a violência e apresentar demandas e soluções e o significado real dos índices apresentados no Mapa da violência de 2015”, explica.
Na ocasião, a Defensora Pública apresentou índices de violência contra a mulher no Tocantins e de atendimento do Nudem, além de tirar dúvidas e comentar sobre demandas e casos de violência na região. No Monitoramento, a Defensora Pública reforçou que a violência contra a mulher é uma grave violação dos direitos humanos e o seu impacto acarreta diversas consequências, que vão de físicas, sexuais, mentais até a morte. “Até o momento calcula-se 23 homicídios de mulheres no ano de 2015 no Tocantins e atendemos em média cinco mulheres por dia no Nudem, vítima de violência doméstica”, complementa Vanda Sueli.
Ainda de acordo com a Defensora Pública, ainda existem muitos casos de mulheres que se omitem e não denunciam, seja por dependência emocional, financeira ou até medo. Porém, a falta de estrutura das Delegacias, e Centros de Referência também dificultam o trabalho que deve ser eficiente em todos os setores de atuação em benefício da mulher vítima de violência. “Da denúncia ao acolhimento e assistência, ela tem de se sentir bem amparada, acolhida e isso na maioria das vezes não acontece”, descreveu.
Além da Defensora Pública, todos os participantes sanaram dúvidas e apresentaram desdobramento de dados relacionados à violência contra a mulher. Após a coleta das informações, os dados serão sistematizados e enviados aos órgãos competentes e disponibilizados à população.
Texto: Cinthia Abreu
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