“É preciso reforçar o combate ao racismo”, defende José Ricardo

Texto: Assessoria do Deputado

Debater políticas públicas de melhorias para a comunidade negra do Amazonas, além de refletir sobre o simbolismo da data e fazer memória, para que o povo brasileiro não repita erros do passado com os negros e negras, que foram marginalizados e ainda continuam sendo nos dias atuais. Esse foi o objetivo da Sessão Especial pelo Dia da Consciência Negra, realizada hoje (21) na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), de autoria do deputado José Ricardo (PT), em parceria com os deputados Luiz Castro (PSB) e Alessandra Campêlo (PMDB). Durante o evento, personalidades dedicadas à luta dos negros e das negras, contra o racismo no Amazonas, foram homenageadas com placas e certificados.

O Dia da Consciência Negra é uma forma de fazer memória do sofrimento do povo negro do país ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil. A data é celebrada nacionalmente no dia 20 de novembro, em homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

Para José Ricardo, muitas lutas foram travadas na tentativa de garantir os direitos sociais da população negra, que vem sofrendo por quase 300 anos. No entanto, ele afirma que os avanços do combate ao racismo no Brasil, sobretudo no Amazonas, ainda é muito tímido. “O próprio Estatuto da Igualdade Racial, destinado para garantir à população negra a efetivação de igualdade de oportunidades e a defesa dos direitos étnicos individuais e coletivos, bem como, garantir o combate à discriminação e ao preconceito, ainda estão longe de ser cumprido, principalmente por grande parte do Poder Público do Amazonas”, destacou o parlamentar, lembrando que foram mais de 300 anos de escravidão negra e essa história sempre foi escrita por mãos brancas, mas que precisa ser contada pelos próprios donos da história.

Ele lembrou também que o Amazonas foi o segundo Estado a abolir a escravidão no País, quatro anos antes, no dia 10 de julho de 1984. Por conta disso, o deputado conseguiu aprovar uma Lei Estadual, no 4303/2016, estabelecendo no calendário oficial do Estado a data de 10 de julho como sendo o Dia da Abolição da Escravatura no Amazonas, cujo objetivo seria levar a população do estado e também o Poder Público a refletir sobre a situação dos negros no Amazonas.

O coordenador geral da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana (Aratrama), Alberto Jorge, cobrou do Governo do Estado o cumprimento da resolução do MPF contra os crimes de intolerância, tanto homofobia quanto religiosa, pois aqui no Amazonas não está sendo respeitada. “A exemplo do que vem ocorrendo no Rio de Janeiro, onde inúmeros terreiros de umbandas estão sendo atacados por fundamentalistas religiosos, aqui no Amazonas não é diferente. Minha residência e família foram atacadas e nada foi feito pela polícia”, relatou Jorge, lembrando que recebeu também varias ofensas nas mídias sociais e a polícia tratou o caso como sendo uma simples discussão de vizinhos. Ele avalia que isso acontece porque há certeza da impunidade.

Foram homenageadas nesta solenidade várias entidades do Estado que atuam na promoção da igualdade racial, a historiadora especialista em cultura Afro-brasileira, Francy Júnior; o mestre de capoeira, Luiz Carlos Bonates e o radialista e contramestre de capoeira, Juzinei Valente. E também participaram desta Sessão Especial: Projeto Afro nas Escolas, Polícia Militar do Amazonas, Aeronáutica, Comando Militar da Amazônia (CMA), representante do Governo do Estado, Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Ministério Público do Estado (MPE), Movimento Orgulho Negro do Amazonas e Associação Arte e Revelação de Capoeira.

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