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16 de Junho de 2024
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    Eduardo Campos fala em meta de inflação de 3%

    Publicado por Folha Online
    há 10 anos

    O pré-candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, 48, detalhou a trajetória que deseja para a inflação no Brasil caso venha a ser eleito. Em 2015, manteria a meta em 4,5% ao ano. Nos três anos seguintes, forçaria uma queda para 4%, terminando o mandato sinalizando um percentual de 3%.

    http://www3.uol.com.br/module/playlist-videos/2014/eduardo-campos-no-poderepolitica-1398884700954.js

    Em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do "UOL", o socialista disse que a meta de inflação de 3% seria fixada oficialmente para 2019. A definição desse percentual é responsabilidade do CMN (Conselho Monetário Nacional), formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central, sempre com dois anos de antecedência.

    Campos detalhou também sua proposta sobre independência do Banco Central. Se eleito, pretende patrocinar a aprovação de uma lei que dê um mandato de três anos ao presidente do BC, período pelo qual o chefe dessa autarquia não poderia ser demitido. Seria permitida apenas uma recondução.

    O reajuste das tarifas de energia e combustíveis, represadas no atual governo, seria feito em até três anos, de maneira gradual, para não causar um impacto muito grande sobre a inflação.

    Em terceiro lugar na pesquisa Datafolha (tem 10% das intenções de voto), o pré-candidato tenta encontrar uma brecha entre seus dois adversários diretos na disputa de outubro. Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida presidencial com 38%. Aécio Neves (PSDB) tem 16%.

    Campos se posiciona como um liberal na economia e na gestão do governo (para atrair eleitores tucanos), mas mantendo os gastos com programas sociais (acenando aos petistas). Na área de costumes, tem posições conservadoras –como quase todos os adversários.

    Numa eventual gestão de Campos como presidente, ele promete manter a política de reajuste acima da inflação para o salário mínimo. O número de ministérios cairá para "15 a 20". Agências reguladoras terão diretores escolhidos com a ajuda de recrutadores profissionais. O Bolsa Família será ampliado e terá algum reajuste no valor do benefício.

    As regras atuais sobre aborto têm a aprovação de Campos. Ele é contra a liberalização da prática além do que a lei já autoriza. Também não defende reduzir a maioridade penal e nem tem simpatia por uma política de descriminalização da maconha.

    A seguir, trechos da entrevista, gravada na última terça-feira:

    *

    Folha/UOL - A meta de inflação anual no Brasil é de 4,5%. O sr. mencionou nesta semana que pode ser atingida até 2018. Tem como ser antes?
    Eduardo Campos - É possível, sim. Outros países como Chile, como a Colômbia têm inflação menor que a do Brasil.
    Eu falei em 4%, na verdade, de meta de inflação para chegar até 2018. Em 2015 temos que fazer o PPA, o Plano Plurianual, que avança um ano sobre o mandato seguinte, a gente já quer deixar claro uma rampa de queda do centro da meta. E ter um compromisso com o centro da meta e não com o teto. Agora já está furando o teto. A gente precisa focar o centro da meta.

    Para 2014 a meta é 4,5%, não tem como mudar. Para 2015 também será 4,5%, pois já está decidido. Qual deve ser a trajetória da meta de inflação do Brasil ao longo dos próximos anos?
    Nos próximos quatro anos, a gente deve perseguir uma meta de 4%, como centro da meta.

    A partir de qual ano?
    A partir do ano de 2016, a gente já se aproxima do centro da meta. Nós queremos olhar para, a partir de 2018, um novo centro da meta, em torno de 3%. Para que o Brasil vá se aproximando de uma inflação de classe mundial para países do padrão do Brasil.

    A partir de 2016 o sr. entende que deve ser de 4%?
    4%.

    Que seguiria até 2018 e 2019...
    E o PPA nosso constaria, para 2019, já uma meta de 3%.

    O governo represou certos preços controlados, como combustíveis e energia. Quando será possível trazer esses preços para níveis de mercado?
    Primeiro, temos que definir uma regra clara sobre esses preços para que o governo não fique com a capacidade de meter a mão. Ele fez isso porque deixou de fazer a governança da macroeconomia, um dever de casa. Como não fez, teve que ir em cima dos preços que ele poderia colocar a mão.

    Economistas dizem que se Dilma Rousseff for reeleita, não vai querer aumentar os preços de energia e combustíveis de uma vez no primeiro semestre de 2015. Mas, se for um candidato de oposição, poderia reajustar tudo nos primeiros meses, dando uma pancada para cima na inflação. Isso vai acontecer?
    Eu acho que não. Se depender de nós, vamos fazer um processo.

    Como?
    Passar uma mensagem de tranquilidade. Uma visão de médio e longo prazo. Ao mesmo tempo, não esconder que tem um esqueleto que estão deixando. Nem sei se a presidenta [Dilma Rousseff], perdendo as eleições, não teria a obrigação de já tomar algumas medidas para ir diminuindo o tamanho do passivo que fica.

    Em quanto tempo deve ser feita a correção nesses preços de energia e combustível?
    Não pode soltar de uma vez só porque são preços transversais à toda a economia. Mas deve ser no menor prazo possível, desde que não crie uma situação de constrangimento para a economia.

    Em mais de um ano?
    É mais de um ano e menos de três.

    Dois anos, na média, até corrigir tudo?
    Até corrigir tudo.

    O sr. disse recentemente ser a favor de formalizar a independência operacional do Banco Central. Sua pré-candidata a vice-presidente, Marina Silva, deu uma declaração contraditando o que o sr. disse. Em um eventual governo do sr., o Banco Central teria qual tipo de independência?
    Há um consenso em nosso conjunto de que o Banco Central deve ter independência administrativa.

    Mais do que tem hoje?
    Muito mais do que tem hoje.

    Como é que se materializa isso?
    Seria através de uma lei. Existem vários modelos. Esse debate ainda está acontecendo na nossa equipe de programa de governo.

    Não há divergência entre o sr. e Marina Silva sobre isso?
    Não. Temos um consenso de que no nosso governo, a partir dia 1º de janeiro, nós teremos uma direção do Banco Central com autonomia administrativa para cumprir a meta de inflação.

    Os diretores do Banco Central e o seu presidente teriam mandatos com tempo determinado e não seriam demissíveis pelo presidente?
    Há países em que você tem 12 diretores e o mandato é do presidente. Quando o diretor vira presidente por dois anos, ele está blindado na função de presidente.

    O sr. tem opinião sobre isso?
    Tenho. O mandato seria do presidente do Banco Central.

    Não seria demissível no período em que estiver ali?
    Na presidência, [não].

    O sr. defende mandatos de quantos anos para o presidente do Banco Central?
    Três anos.

    Reconduzível?
    Por uma vez. A partir daí, não coincide com o mandato do [chefe do] Executivo.

    Que reformas econômicas são fundamentais para o país?
    Temos que alavancar a produtividade da economia brasileira. E o grande desafio da produtividade é a educação. Nós precisamos de um pacto em torno da educação de qualidade que vai conduzir o Brasil a outro padrão de produtividade.

    Há necessidade de alguma reforma na área trabalhista?
    Ninguém nesse país vai ter condição de assumir um compromisso com a sociedade que tire direitos sociais nos próximos quatro anos. A nossa campanha vem de um conjunto de forças que tem, historicamente, compromissos com as lutas sociais brasileiras.
    O que precisamos fazer para alavancar a produtividade no Brasil? Precisamos fazer um grande esforço de qualificação profissional, de educação, inovação -e precisamos desonerar a geração de trabalho. A produtividade em uma fábrica é tocada pelos custos que vêm da carga tributária que existe sobre o salário, e não da renda do trabalhador.
    Não vamos colocar na nossa plataforma nada que retire direitos dos trabalhadores. Tocar em férias de trabalhador, décimo terceiro salário, de forma nenhuma. Nós vamos, sim, fazer um esforço para melhorar a produtividade das empresas brasileiras gerarem trabalho sem oneração, através de uma reforma tributária que melhore a composição dos custos no trabalho.

    A atual política de reajuste do salário mínimo é adequada?
    A gente não pode pensar que a classe trabalhadora vai pe...




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