Em carta, MST e outras 37 entidades saem em defesa da Conab e criticam operação da PF
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
O Movimento dos Sem-Terra e outras 37 entidades divulgaram carta aberta nesta terça-feira (1º) criticando a operação da Polícia Federal deflagrada há uma semana e que tem como alvo irregularidades no programa de aquisição de alimentos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
"Os procedimentos da operação policial e sua divulgação contribuem para criminalizar as organizações da agricultura familiar e deslocam a atenção da sociedade da necessária apuração de irregularidades na execução do programa para um tratamento meramente policial de um programa fundamental para a realização do direito humano à alimentação", diz a carta.
Além de sair em defesa da Conab, a carta cita nominalmente os petistas investigados Valmor Luiz Bordin e Sílvio Porto, ambos diretores do órgão.
Ministro da Agricultura pede à Dilma afastamento de diretor indiciado da Conab
A PF investiga irregularidades num dos programas do Fome Zero, o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) que faz compra direta e doação simultânea para a agricultura familiar. De acordo com o delegado federal Maurício Todeschini, foi constatada a simulação de produção e compra de alimentos feitas pela Conab em diferentes cidades.
Há uma semana, a polícia deflagrou a operação, prendeu 11 pessoas, entre elas agricultores e o diretor de operações da Conab no Paraná, Valmor Luiz Bordin. Por decisão judicial, toda a cúpula do órgão no Paraná foi afastada. Ouvido pela PF, o diretor de política agrícola e informação, o petista Sílvio Porto, foi indiciado por quatro crimes. O ministro da Agricultura, Antonio Andrade, pediu à presidente Dilma Rousseff o afastamento desse diretor que, por ora, permanece no cargo.
A defesa de Porto afirma que o pedido dele para ter acesso ao inquérito foi negado porque a Justiça diz que o diretor não foi indiciado nem é investigado diretamente.
A PF, contudo, reitera que ele está indiciado por formação de quadrilha, peculato, estelionato e prevaricação. Informa ainda que não há necessidade de mandar ofício comunicando o indiciamento à Justiça - isso será feito somente quando a polícia concluir o inquérito ou pedir mais prazo para a investigação, como é de praxe.
"Não é justo não poder ter acesso aos autos até quando a PF concluir a investigação", afirma Claudismar Zupiroli, advogado de Porto. Segundo ele, os pedidos de afastamento e busca...
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